O presidente Trump não se cansa de jogar suas baterias protecionistas contra o Brasil – e, com elas, mira no bolso dos trabalhadores americanos e brasileiros! Ao anunciar uma tarifa de 50% sobre quase 3,8 mil itens brasileiros, ele pretende “fazer a América grande de novo” às custas da Pátria Grande. Mas será que os EUA têm produção interna capaz de substituir nosso café, açúcar orgânico, carne e outras commodities? Vamos descortinar o tamanho do tiro que pode sair pela culatra – e o porquê de resistirmos a mais um ataque do imperialismo!
Café
Os EUA são o maior consumidor mundial de café e dependem quase totalmente do produto importado. O Brasil responde por 37% da oferta global e por cerca de um terço das importações americanas. “Considerando que o café brasileiro pode ter um perfil de sabor único, produtores americanos não conseguem simplesmente produzir ‘café brasileiro’ nos EUA”, alertou Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior do Brasil. Com a sobretaxa de 50%, o grão da terra tropicana fica encarecido, o que pode forçar o consumidor ianque a escolher entre pagar mais ou aceitar sabores inferiores. É evidente que nossos cafezais não vão virar piada no mercado global!
Manga e Goiaba
O Brasil é o quarto maior fornecedor de manga e goiaba aos EUA, com exportações que somam US$ 56 milhões em 2024. A tarifa de Trump já derrubou pedidos de produtores brasileiros, enquanto México e Peru tentam aproveitar a brecha. Se o país do Tio Sam não achar volume e preço melhores em outros fornecedores, a escassez pode inflacionar frutas e legumes em até 6,9%, estima o The Budget Lab. Quer dizer: os norte-americanos podem se ver pagando caro por uma manga que, antes, vinha direto do Nordeste brasileiro com segurança e qualidade.
Carne
Como maior exportador mundial de carne bovina e respondendo por 23% das importações dos EUA, o agronegócio brasileiro se prepara para um baque. A Abrafrigo já avisou que a sobretaxa pode inviabilizar vendas, forçando os americanos a recorrer à própria produção – insuficiente para manter preços estáveis. O resultado? Um salto de até 1,1% no valor da carne, que já bate recordes nos supermercados dos EUA. Qualquer semelhança com a promessa de preços “mais baixos” é mera coincidência!
Açúcar Orgânico
Para manter o selo orgânico do USDA, iogurtes, sorvetes e kombuchas devem usar apenas açúcar orgânico – dos quais o Brasil fornece 49% ao mercado americano. A Organic Trade Association adverte que a alta repassada aos produtores compromete toda a cadeia de orgânicos. “Se nossos agricultores pagarem mais imposto, o consumidor final vai sentir no bolso”, alerta a associação. Fica o recado: Trump pode até tentar quebrar nossa cana, mas não vai adoçar a economia dos EUA.
Chocolate
A manteiga de cacau brasileira, base de parte do chocolate consumido nos EUA, encontra-se ameaçada. Com produção quase nula em solo norte-americano, o país importa a maior parte de sua necessidade. Climas adversos na África já pressionam preços globalmente; a sobretaxa só agrava o panorama. Preparem-se para barras mais caras e menos saborosas!
Metais e Carros
O setor automotivo depende de aço e nióbio do Brasil: somos o segundo maior fornecedor de aço e o principal de nióbio – essencial em ligas para chassi e barras de proteção. Trump já aplicou 50% de tarifa sobre aço e alumínio em junho e agora estende o “pacote” a outras commodities metálicas. O custo extra será carregado pelos consumidores americanos e pela indústria que sofre com matéria-prima mais cara. Resistir a esse assalto é lutar pela retomada do protagonismo nacional sobre nossas riquezas!
No fundo, trata-se de mais um capítulo da ofensiva estadunidense contra países que ousam manter estatais fortes e políticas econômicas soberanas. Não é apenas um “tarifaço”: é um ataque ideológico ao desenvolvimento nacional e à integração latino-americana. Por aqui, sabemos que só a mobilização popular, unindo Lula, PT, movimentos sociais e trabalhadores, será capaz de responder à altura aos bilionários de direita e aos patrões do imperialismo. Afinal, não seremos reféns desse jogo sujo – vamos em frente, firmes na luta anticapitalista e na defesa de nossas riquezas!