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No Planalto, cresce a esperança com a recuperação da aprovação do governo Lula, mas alerta segue ligado

No núcleo do Palácio do Planalto houve uma discreta — e merecida — comemoração: a pesquisa Quaest mostra que a aprovação do governo Lula voltou a crescer e a distância entre aprovação e desaprovação caiu para cinco pontos. Sinal claro de que, quando se melhora a vida do povo, a resposta política aparece. Mas não nos enganemos: a desaprovação segue maior (51%) e isso mantém o alerta ligado para a equipe do governo. Como sempre, vitória eleitoral não se confunde com garantias permanentes; ela se conquista todo dia, com políticas públicas e presença popular!

O que está por trás da recuperação

Internamente, a explicação que circula no Planalto é simples e óbvia: a queda da inflação dos alimentos devolveu poder de compra a quem mais precisa. Quem ganha até dois salários mínimos e os eleitores do Nordeste — o tal “colchão de popularidade” — voltaram a dar sinal de confiança. Sem renda para comer, não há aprovação que resista — parece quase redundante, mas é preciso repetir para quem acha que política é só discurso.

Um auxiliar do presidente sintetizou essa análise com clareza e realismo. “A recuperação nesse segmento é fundamental, pois é considerado o ‘colchão de popularidade’ do governo, mesmo nos piores momentos”, disse um auxiliar de Lula. A verdade é que as medidas que protegem o poder de compra das camadas populares não são gesto de caridade: são intuição política e estratégia de continuidade das reformas sociais. Queremos mais estatais fortes, serviços públicos e políticas que ataquem a fome e a miséria — não aplausos técnicos de mercado.

Outro elemento que o Planalto identifica é o efeito do ataque diplomático de Donald Trump — que, vejam só, acabou unindo mais o país diante de uma agressão externa orientada pela família Bolsonaro. “A pesquisa deixa claro que essa ação parte da família Bolsonaro, que estabelece um comparativo direto ao governo Lula. Por isso, é preciso modular bem as reações do governo em relação às sanções políticas de Donald Trump”, disse o auxiliar de Lula. E por que não aproveitar essa unificação para desmascarar de vez o projeto autoritário que tentou se aproveitar da política externa em benefício familiar? É hora de mostrar quem realmente está do lado do Brasil e quem está do lado de interesses privados e familiares.

Os números que mostram suspeitas sobre Eduardo Bolsonaro só confirmam o óbvio: 69% dos brasileiros acreditam que o deputado defende os interesses da própria família nos EUA. Que surpresa, não é mesmo? Ou será que algum dos comentaristas pagadores de aluguel ainda insiste em tratar a família Bolsonaro como patriota desinteressada? Quem lucra com a política de negócios da extrema-direita não é o povo, é o clã.

A pesquisa também aponta algo que exige prudência: 67% dos brasileiros desejam uma solução negociada para o chamado “tarifaço”, enquanto apenas 26% apoiam retaliação. Esse dado é um recado claro de que a paciência cívica tem limites, e que a maioria prefere o diálogo pragmático à escalada de confronto. “A pesquisa traz um alerta: 67% dos brasileiros defendem uma solução negociada para o tarifaço. E só 26% defende a retaliação”, disse o auxiliar. Ou seja: consenso e firmeza — não leviandade — devem guiar as ações do governo.

Frente a tudo isso, a lição para nós, militantes e dirigentes, é dupla: por um lado, intensificar políticas sociais que toquem diretamente a vida das pessoas; por outro, manter a vigilância e denunciar sem trégua as manobras do bolsonarismo e seus tentáculos internacionais. Não se trata de comemorar números frios, mas de transformar qualquer movimento positivo em base sólida para avançar em democracia, soberania e justiça social.

O que está em jogo é mais do que indicadores: é a construção de um projeto popular que enfrente bilionários, privatizações e retrocessos. Vamos fortalecer o colchão popular e, ao mesmo tempo, pressionar para que o governo não se acomode — porque a direita nunca descansará enquanto houver conquistas sociais. E nós também não. Goiemos às urnas e às ruas com a certeza de que política que melhora a vida é política que merece ser defendida, ampliada e radicalizada em favor do povo!

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