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Defesa de Bolsonaro tem prazo até sexta (22) para justificar descumprimento de medidas e risco de fuga

A defesa de Jair Bolsonaro tem prazo até as 20h34 de sexta-feira (22) para explicar ao Supremo Tribunal Federal (STF) os alegados descumprimentos de medidas cautelares e o risco de fuga apontado pela Polícia Federal. A intimação do ministro Alexandre de Moraes saiu às 20h34 de quarta-feira (20) e deu 48 horas para que os advogados do ex-presidente respondam sobre três pontos: repetidos descumprimentos das cautelares, reiteração de condutas ilícitas e a existência de comprovado risco de evasão do país. O relógio está correndo — e a tentativa de transformar a Justiça em palanque e rota de fuga em plano B precisa ser escrutinada com rigor!

Moraes cita, no despacho, a existência de um rascunho de pedido de asilo político na Argentina, datado de fevereiro de 2024, produzido dias após a operação de busca e apreensão contra o ex-presidente. Os elementos de prova obtidos pela Polícia Federal indicam que Jair Messias Bolsonaro tinha posse de documento destinado a possibilitar sua evasão do território nacional. Além disso, relatório da PF aponta que o ex-presidente teria substituído aparelhos celulares após apreensões judiciais e manteve atuação nas redes sociais em desacordo com medidas impostas pela Justiça. A PF também identificou mensagens e áudios que, segundo os investigadores, mostram articulação para pressionar e constranger ministros do STF.

“O asilo na Argentina foi sugestão”, disse a defesa ao blog de Andréia Sadi, acrescentando que o ex-presidente teria descartado a ideia. A fala foi reportada por Andréia Sadi. Esse tipo de recuo comunicacional não apaga a gravidade do que consta nos relatórios e nos autos: não se trata apenas de bravatas retóricas, mas de ações, documentos e movimentações objetivamente identificadas por investigadores.

Ex-presidente indiciado

Bolsonaro já é réu no STF por tentativa de golpe e, nesta quarta, foi indiciado pela Polícia Federal por coação no curso de ação penal — a PF aponta que ele e seu filho, Eduardo Bolsonaro, discutiram estratégias para buscar apoio internacional e pressionar a Corte. Se havia alguma dúvida sobre o nível do ataque à institucionalidade, ela se dissolve ao ler o relatório: substituição de aparelhos após apreensões, rascunho de pedido de asilo, mensagens coordenadas para constranger autoridades. Moraes determinou que, após a resposta formal da defesa, os autos sejam enviados à Procuradoria-Geral da República (PGR), que terá o mesmo prazo para se manifestar. Processo e política andam juntos — e as engrenagens da democracia precisam funcionar!

Como jornalista e militante socialista, não me contento com a mera exposição dos fatos: é preciso transformar isso em luta política. Bolsonaro e seu entorno não são uma anomalia isolada, são a face mais agressiva de um projeto que quer privatizar, desmontar estatais, entregar patrimônio público aos bilionários e acabar com direitos. Esse projeto não se limita a discursos; ele também articula esquemas de poder, tentativas de fuga e intimidações à Justiça. A derrota nas urnas não encerrou a ameaça — ela se metamorfoseia em manobras judiciais e em planos de fuga!

Se o Estado democrático de direito levar a sério sua missão, a resposta deve ser firme e transparente: investigação até o fim, responsabilização dos envolvidos e defesa das instituições públicas. E politicamente? É hora de organização popular. Lula e o PT, por mais que não sejam o paraíso, representam hoje um muro de contenção às investidas do capital concentrado e da extrema-direita. Precisamos empurrar esse processo adiante, transformar agendas eleitorais em políticas públicas que fortaleçam o Estado, as estatais e os direitos sociais — e, claro, desmontar politicamente o bolsonarismo de uma vez por todas!

O prazo que se encerra na sexta é apenas um capítulo dessa novela perversa. Que venha a resposta da defesa, que venham os elementos do Ministério Público, que se faça luz sobre o que foi tentado e articulado. E que a esquerda, os movimentos e a sociedade não se deixem distrair: a luta institucional precisa caminhar junto com a luta popular — porque a democracia não se protege sozinha, ela se conquista nas ruas e nas urnas!

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