luta socialista

Continuidade ou transformação? O que a pesquisa Quaest revela sobre o futuro dos governos estaduais em 8 estados

A nova rodada da Genial/Quaest não é um simples recorte de intenções de voto: é um mapa das batalhas que vêm por aí. Entre 13 e 17 de agosto, 10.146 eleitores de oito estados foram ouvidos presencialmente — São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Goiás, Paraná, Rio Grande do Sul e Pernambuco — e os números deixam pistas sobre onde a direita ainda avança e onde o povo se prepara para retomar o centro da cena política. A margem de erro varia entre 2 e 3 pontos, dependendo do estado. Esses números mostram que o eleitorado está cansado da trágica falácia da “governança eficiente” vendida pela direita.

Resultados por estado

São Paulo — Tarcísio de Freitas aparece com 56% achando que merece seguir no cargo (36% discordam; 8% não souberam). Foram 1.644 entrevistas; margem de erro 2 pontos. Curioso é que 59% dizem preferir um nome independente, e apenas 17% querem um aliado de Lula — sinal de que o antipetismo ainda rende na elite paulista, mas a rua sinaliza cansaço com a política tradicional.

Goiás — Ronaldo Caiado tem fôlego: 73% acham que ele deve indicar sucessor (1.104 entrevistas; margem 3 pontos). “Mesmo ainda muito desconhecido, Daniel Vilela (26%) — vice de Caiado — já aparece tecnicamente empatado com o ex-governador Marconi Perillo (22%). Wilder Morais, o candidato bolsonarista, tem 10% e a candidata do PT tem 8%.” — disse Nunes, diretor da Quaest. Ou seja: a máquina local preserva poder, mas o campo progressista ainda precisa de fôlego e organização.

Paraná — Ratinho Júnior tem aprovação para indicar sucessor (70% dizem que sim), mas seu candidato, Guto Silva, só soma 6% nas intenções. “Esse prestígio político de Ratinho ainda não aparece no cenário estimulado testado. Seu potencial candidato, Guto Silva, tem apenas 6% das intenções de voto. Quem aparece em primeiro é o senador Sergio Moro, com 38%.” (1.104 entrevistas; margem 3). Traduzindo: prestígio pessoal não se transfere automaticamente; a direita ainda se fragmenta e há espaço para disputar.

Minas Gerais — Romeu Zema vive turbulência: 46% acham que merece indicar sucessor, 48% contra (1.482 entrevistas; margem 3). “Até fevereiro, parecia tranquila a possibilidade de Zema eleger seu sucessor. Esse cenário ficou mais difícil agora em agosto.” alertou Nunes. A direita neoliberal sentiu impacto — e o PT precisa aproveitar para se aproximar das periferias e da classe trabalhadora.

Bahia — Empate exato: 48% a favor e 48% contra Jerônimo Rodrigues (1.200 entrevistas; margem 3). “Neste momento, o candidato da oposição, ACM Neto, aparece na frente, com 41% das intenções de voto. O atual governador, Jerônimo do PT, tem 34%.” A disputa promete ser dura e exige articulação ampla do campo progressista para impedir retrocessos.

Pernambuco — A governadora Raquel Lyra tem rejeição majoritária: 54% acham que ela não merece se reeleger (1.104 entrevistas; margem 3). “O cenário mais desafiador é o da governadora Raquel Lyra: 54% não acreditam que ela mereça ser reeleita governadora.” Resultado prático: João Campos aparece muito à frente em cenários estimulados — sinal de que a alternativa popular pode crescer se houver unidade.

Rio Grande do Sul — Eduardo Leite enfrenta rejeição: 54% dizem que ele não deveria eleger sucessor (1.104 entrevistas; margem 3). “Neste contexto, a eleição parece polarizada entre Juliana Brizola (21%) e Coronel Zucco (20%). O candidato do PT aparece com 11% e o candidato do governo com 5%.” Fragmentação ao sul, oportunidade para uma frente que resgate serviços públicos e emprego.

Rio de Janeiro — O quadro é de mudança: 57% acham que Cláudio Castro não merece indicar sucessor; Paes lidera com 35% em cenário estimulado (1.404 entrevistas; margem 3). “No Rio, o cenário parece sugerir mudança no grupo político que administra o estado. Para a maioria dos cariocas (57%), Cláudio Castro não merece eleger um sucessor.” A capital e o estado pedem disputa dura contra traficâncias políticas e privatizações.

Os dados deixam claro que, enquanto a direita ainda tenta se conservar por meio de máquinas regionais e apelos ao “independentes”, há uma janela de oportunidade. Não é hora de recuar: é hora de organizar, disputar corações e prefeituras, e derrotar o bolsonarismo nas urnas e nas ruas. Lula e o PT são, para nós, peças centrais nessa ofensiva por políticas públicas, estatais e direitos — mas a tarefa é maior: construir um projeto popular que vá além do voto, articulando movimentos sociais, sindicatos e juventude para enfrentar bilionários e privatizações. A batalha regional já começou; que nossos quadros estejam prontos para transformá-la em vitória popular!

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