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Lula Lê Carta de Getúlio Vargas à Ministros: “Tenho Confiança no Meu Povo e Saberei Lutar pelas Soberania do Brasil”

Na reunião ministerial desta terça-feira (26), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva leu um trecho de uma carta de Getúlio Vargas e não foi por nostalgia — foi por estratégia política e por mensagem direta aos que querem tratar o Brasil como se fosse colônia econômica novamente. O gesto tem força simbólica: Vargas, que fez do nacionalismo econômico a marca de seu segundo governo, se tornou referência para um governo que retoma a defesa das estatais, do trabalho e da soberania contra as investidas da direita nacional e estrangeira.

“Conheço meu povo e tenho confiança nele. Tenho plena certeza de que serei eleito, mas sei também que, pela segunda vez, não chegarei ao fim do meu governo. Terei de lutar. Até onde resistirei? Se não me matarem, até que ponto meus nervos poderão agüentar? Uma coisa lhes digo: não poderei tolerar humilhações” — trecho da carta de Getúlio Vargas, lida por Lula durante a reunião. Esse é o espírito combativo que o presidente quer traduzir em políticas e em discurso, e que irrita profundamente a turma do entreguismo.

História não é folclore. Como lembrou Lutero Vargas, filho do ex-presidente, em artigo publicado na Folha de S. Paulo em agosto de 1954, essa declaração foi dada em 1950 ao jornalista Miguel Costa Filho: Lutero Vargas, em artigo na Folha, sobre a origem da declaração. Vargas foi pressionado pela oposição e acabou não terminando o mandato — suicidou-se em 24 de agosto de 1954 — e sua trajetória mostra que forças conservadoras sempre atuaram para derrubar projetos de soberania nacional. Soa familiar? Deveria.

O momento atual e o “tarifaço”

O episódio do “tarifaço” anunciado pelo governo americano — 50% sobre produtos brasileiros — foi lido como tentativa aberta de pressão econômica e política. Lula e sua equipe interpretaram a medida como intervenção direta nos rumos do país, com ramificações internas: governadores de direita e bolsonaristas locais têm papel de venalidade política, facilitando a interferência estrangeira. Auxiliares de Lula afirmam que forças estrangeiras tentam influenciar o julgamento de Bolsonaro no STF e a eleição de 2026.

Lula não fez cerimônia: “Não estamos dispostos a sermos tratados como subalternos”, disse, reforçando que o governo não cederá a humilhações. E por que não ceder? Porque o projeto em curso não é um mero arranjo administrativo — é um choque de interesses. O governo defende Petrobras, defende a CLT, enfrenta privatizações e diz às corporações: até aqui! Estatais e políticas públicas não são mercadorias à venda.

O PT e o campo popular têm uma responsabilidade histórica: transformar essa ofensiva externa em oportunidade de mobilização interna. Lula sabe que a batalha não é só diplomática; é também eleitoral, social e cultural. Por isso o governo reforçou seu slogan — “Governo do Brasil: do lado do povo brasileiro” — não como marketing vazio, mas como sinal de que as decisões serão tomadas em defesa dos trabalhadores, da indústria e da soberania.

A estratégia é clara: manter a política nacionalista e social até 2026, com a opção de reeleição caso a saúde permita. Aos quase 80 anos, Lula disse aos ministros que, se estiver bem, disputará novamente. Não é megalomania: é cálculo político diante de uma direita que não arredou pé da velha agenda pró-mercado, pró-bilionários e anti-nacional.

O que está em jogo é muito mais do que uma tarifa. É o direito de o Brasil traçar seu próprio caminho, com soberania econômica e plena defesa do emprego e dos serviços públicos. A direita radical, bolsonarista e seus padrinhos estrangeiros esperam nos enfraquecer para seguir saqueando. Cabe à esquerda responder com organização, mobilização e uma narrativa clara: o país não será entregue.

Getúlio, relembrado por Lula, virou sinal de alerta. A lição? Quando a tropa entreguista se une ao capital estrangeiro, o povo e suas instituições precisam reagir. Preparem-se para a disputa que já começou — política, econômica e ideológica. O campo popular precisa construir unidade e força para desmantelar a direita e avançar na agenda de soberania e justiça social. Quem pensa diferente, que explique ao povo por que prefere estrangeiros aos trabalhadores brasileiros!

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