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Após operação contra o PCC, deputado solicita ao Banco Central suspensão da compra do Banco Master pelo BRB

O deputado distrital Fábio Felix (PSOL) protocolou no Banco Central, nesta quinta (28), um pedido formal para suspender a compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB). A alegação central é grave: o Master tem ligações com a gestora REAG Investimentos, que apareceu nas investigações da Operação Carbono Oculto — a investigação que desvendou um esquema bilionário de lavagem de dinheiro do PCC. Em linguagem clara: trata-se de risco real ao patrimônio público do Distrito Federal se o BRB incorporar ativos “contaminados por ilícitos”. Que democrático, não é? Os bens do povo nas mãos de quem pode estar comprando dinheiro sujo!

Riscos e antecedentes

A operação anunciada pelo banco público do DF já vinha acendendo sinal vermelho no mercado por causa da exposição do Master a ativos de difícil liquidez. A representação de Felix ressalta que a REAG passou a controlar a holding do Will Bank em arranjos societários nos quais o Banco Master manteve cerca de 75% das operações bancárias. O Will Bank é justamente o ativo estratégico apontado pelo BRB para sua expansão digital — ou seja: o tal “futuro bancário” pode vir de mãos suspeitas. Não se trata apenas de um problema contábil — é uma ameaça concreta ao patrimônio público e à confiança da população.

Além disso, a REAG já aparece do outro lado da mesa: pelo fundo Borneo FIP Multiestratégia, a gestora detém milhares de ações do próprio BRB. Em março de 2025, a REAG participou da assembleia que aprovou o aumento de capital para a compra do Master; seu representante absteve-se de votar — uma manobra que, segundo a peça protocolada, pode ter sido estrategicamente pensada para escapar de acusações de conflito de interesse. Coincidência? Já vimos esse filme antes. Em 2020, a Operação Fundo Fake apontou que o Banco Master (quando ainda se chamava Banco Máxima) e a REAG atuaram juntos em um esquema que lesou fundos de pensão de servidores públicos. Os episódios se somam e formam um emaranhado que exige investigação e suspensão imediata de qualquer transação que ponha dinheiro público em risco.

A gravidade da Operação Carbono Oculto impressiona: a Receita Federal afirma ter identificado ao menos 40 fundos de investimento, com patrimônio estimado em R$ 30 bilhões, controlados pelo PCC. O esquema usava fintechs e fundos para lavar recursos provenientes de fraudes no setor de combustíveis. É absurdo que, diante desse histórico, o Estado estadual avance numa aquisição sem transparência total e garantias imediatas de que nenhum ativo envolvido está ligado a crime organizado.

Que lição tirar daqui? Primeiro: o BRB, como banco público, deve ser defendido e preservado para servir ao interesse público — não à voracidade de gestoras que circulam entre fundos privados e estruturas suspeitas. Segundo: a vigilância do Banco Central e do Ministério Público é indispensável; a sociedade tem o direito de exigir documentação, due diligence aprofundada e, se for o caso, a suspensão da operação até que todas as pontas sejam devidamente esclarecidas.

Enquanto a direita comemora privatizações e entrega estatais ao mercado, eis a realidade: privatizar sem controle é abrir território para o crime financeiro e para interesses privados que não respondem à população. Para nós, que defendemos estatais fortes e serviços públicos, o caminho é outro — transparência, controle social e apuração rigorosa. E para quem acha que corrupção e crime organizado são problemas “distantes”, a pergunta é óbvia: quem lucra com a permeabilidade entre bancos, fundos e milícias econômicas?

A pelota está no campo das autoridades: que o Banco Central atue com firmeza e que o BRB explique ponto a ponto essa operação. A política tem de ser instrumento de proteção do povo, não de privatização da moralidade pública. Se alguém pensa em usar bancos públicos como fachada para lavar dinheiro ou abrigar ativos tóxicos, que saiba: estaremos na rua, nas redes e nas instituições exigindo transparência e responsabilização!

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