O primeiro dia do julgamento na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal expôs, em palavras e provas, uma tentativa desesperada de arrancar o país da ordem democrática — e de novo vimos a direita golpista jogar suas cartas mais sujas. Entre discursos firmes e defesas ajudadas por retóricas prontas, ficou claro que este processo não é só um julgamento jurídico: é um divisor de águas político e moral. Quem acreditou que o bolsonarismo seria apenas um susto, erro grave; é uma força que precisa ser desmantelada politicamente, e o STF deu sinais de que não vai ceder a chantagens.
O que está em julgamento
Oito réus — entre eles Jair Bolsonaro e ex-auxiliares de seu governo — respondem por tentativa de golpe e atos para impedir a posse do presidente Lula entre o fim de 2022 e início de 2023. A Procuradoria-Geral da República diz que foram elaboradas minutas para decretar estado de sítio e que houve tentativas de cooptar forças militares para subverter a Constituição. Não se trata de teoria conspiratória: trata-se de documentos, mensagens e ações que tentaram romper a normalidade democrática.
O procurador-geral Paulo Gonet foi direto ao ponto: “A tentativa se revela na prática de atos e de ações dedicadas ao propósito da ruptura das regras constitucionais” — Paulo Gonet. E lembrando os atos violentos que marcaram aquele período, ele advertiu que a impunidade alimenta novos impulsos autoritários. Sim, precisamos dizer alto: punir é evitar que voltemos a conviver com a barbárie!
Pressões, soberania e a Corte
O relator Alexandre de Moraes fez questão de rebater as pressões e de afirmar que o STF não se curvará às intimidações. “Essa tentativa de obstrução não afetará a imparcialidade dos juízes desse Supremo Tribunal Federal” — Alexandre de Moraes. E reforçou que a soberania nacional não pode ser negociada nem extorquida. A mensagem foi clara: as instituições mostraram sua força e não serão entregues aos chantagistas.
Para nós, que lutamos por um projeto popular e contra a direita mercenária, ouvir isso é combustível para seguir mobilizados! O golpe não foi um acidente, foi um projeto — e o enfrentamento precisa ser político, cultural e legal. Lula e o PT devem ser vistos não só como alternativas eleitorais, mas como agentes centrais para avançar numa nova etapa de luta anticapitalista no Brasil; proteger a democracia é também abrir caminho para reformas que confrontem os interesses dos bilionários que reverenciam a direita.
Defesas e estratégias
As defesas, como era de se esperar, tentaram minimizar tudo. A defesa de Mauro Cid disse que ele apenas recebeu mensagens em grupos e que a delação foi válida; a de Alexandre Ramagem alegou que as anotações eram pessoais e não foram repassadas ao ex-presidente. Sobre Anderson Torres, o advogado Eumar Novacki afirmou: “Em relação a Anderson Torres, toda a tese acusatória é um ponto fora da curva” — Eumar Novacki. Já Paulo Cintra, defendendo Ramagem, tentou transformar documentos digitais em meras opiniões íntimas: “Alexandre Ramagem não atuou para orientar o presidente da República… Quando muito, era o grande compilador oficial da República” — Paulo Cintra.
As teses das defesas soam familiares: negar, minimizar, culpar a imprensa. Mas a PGR diz que houve tentativa concreta de golpe, com minutas e ensaios de apoio militar. O processo segue com as sustentações orais das demais defesas e, ao final, a Primeira Turma decidirá se absolve ou condena os réus. Os ministros envolvidos são Cristiano Zanin (presidente), Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Flávio Dino.
Não podemos relaxar só porque a Corte se posicionou — é preciso transformar essa vitória jurídica em energia política. Afinal, a democracia foi salva hoje, mas a batalha por justiça social e por um Brasil sem entreguismo e sem milionários que bancam o ódio continua. Quem pensa que o luxo e o poder econômico vão nos calar se enganou: vamos disputar cada espaço, nas ruas e nas urnas, para consolidar um projeto popular e anticapitalista!