O governo federal lançou nesta quinta-feira (4) o edital para a construção de um trecho da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol II) na Bahia — apenas 35,75 km no papel agora, mas com ambição geopolítica de milímetros! A seção entre Guanambi e Caetité é o pontapé para um projeto muito maior, que pretende abrir um novo eixo comercial ligando o Atlântico ao Pacífico, do Porto de Ilhéus até Chancay, no Peru. É hora de comemorar quando o Estado age em favor do povo, e não dos interesses dos bilionários que torcem por privatizações e cortes nas políticas públicas.
Traçado modificado: técnica e prevenção
O edital prevê início das obras no final do primeiro semestre de 2026 e a geração de cerca de 2,4 mil empregos diretos — notícia boa num país que ainda sofre com o desemprego estrutural deixado por governos entreguistas. O investimento estimado é de R$ 507,1 milhões, que cobrem projeto e construção, e o trecho tem previsão de conclusão em 43 meses. Muito mais que cimento e trilhos: trata-se de um esforço para rearticular a logística nacional e reduzir a dependência de portes e rotas controladas por interesses privados ou estrangeiros.
“Havia um risco de a gente começar a obra e ter um impacto nessa barragem, como uma trinca se romper”, explicou André Luís Ludolfo, diretor de Empreendimentos da Infra S.A. No novo traçado o reservatório fica afastado da ferrovia, o que, segundo a empresa, garante maior segurança ambiental e técnica. Não é glamour, é engenharia — algo que a direita sempre fingiu admirar enquanto privatizava a capacidade do Estado de planejar.
O governo Lula tira do papel mais uma infraestrutura que a direita tenta sabotar. Estatais e planejamento público retomam o papel de motor do desenvolvimento — e é nisso que estamos apostando!
Esqueça a narrativa do mercado de que “o setor privado resolve tudo”. A Fiol II pretende conexões estratégicas: integrar o oeste baiano produtor de grãos à malha nacional, conectar com a Ferrovia Norte-Sul e permitir escoamento pelo Porto de Ilhéus, criando um corredor logístico competitivo com outros megaportes. Isso significa redução de custos de transporte para o produtor baiano, maior oferta de fertilizantes e commodities no mercado internacional e um sopro de desenvolvimento regional. Quem perde com isso? Os rentistas e as oligarquias que preferem monopólio de logística e exportação.
A própria Fiol II, que terá cerca de 485 km quando completa, já tem 245 km com trilhos; o restante está em construção ou licitação. O plano de integrar a ferrovia ao corredor bioceânico é ambicioso: ligar o litoral baiano ao Peru abre rotas para a Ásia e quebra paradigmas logísticos. Para nós, socialistas, essa é a oportunidade de transformar infraestrutura em polity — em política industrial, em emprego, em soberania econômica.
Se o projeto avança, a importância é dupla: material e simbólica. Materialmente, trilhos significam produção, transporte, postos de trabalho e circulação de riquezas fora dos grandes centros que concentram poder. Simbolicamente, trata-se de recuperar a capacidade do Estado de pensar em termos de desenvolvimento nacional, não apenas em privatizar para favorecer os mesmos de sempre.
A direita vai gritar; os entreguistas vão vociferar contra “gastos públicos”. Mas a alternativa é indigência de projeto, desemprego e perda de soberania. Precisamos vigiar para que a execução seja transparente, sem concessões que tornem a ferrovia novamente refém de interesses privados predatórios. Mais que fiscalizar, é hora de fortalecer os espaços públicos e as estatais que ainda podem planejar e executar obras estratégicas para o povo.
O trecho de 35,75 km é uma fagulha — mas as faíscas podem inflamar uma nova etapa de disputa em favor do desenvolvimento nacional. Lula e o PT têm responsabilidades históricas agora: não apenas inaugurar obras, mas aprofundar mudanças que revertam décadas de desmonte. A luta continua, e a hora é de ocupação coletiva das decisões econômicas; ninguém entregará nossa logística e nosso futuro sem resistência!