luta socialista

PT mobiliza forças contra projeto de anistia liderado por Tarcísio de Freitas

A anistia que corre pelos corredores do Congresso como se fosse uma poção mágica para salvar criminosos políticos acende um sinal vermelho para todo mundo decente que ainda acredita em democracia. O PT e outras forças de esquerda decidiram não assistir passivamente: vão às redes, vão às ruas, e prometem transformar o 7 de Setembro numa trincheira de denúncia contra esse absurdo que tenta transformar impunidade em política pública. A direita joga todas as suas fichas para livrar Bolsonaro — e não vão hesitar em queimar o país inteiro no processo.

O jogo político e os alvos

A articulação para pautar a anistia depende de nomes que já conhecemos bem: Tarcísio de Freitas, que tem se colocado lado a lado com a máquina bolsonarista em São Paulo; o senador Ciro Nogueira, que agora demonstra que lealdade a qualquer preço é a regra entre os barões do centrão; e Hugo Motta, presidente da Câmara, que aparece como o homem que pode abrir ou fechar a porta para a proeza autoral proposta pelos bolsonaristas. O PT quer colar em Tarcísio a pecha que lhe cabe: tratamento frio com a democracia e afinidade com as práticas de Bolsonaro.

O Planalto, com cautela tática (e alguma razão), decidiu não transformar a pauta em peça oficial do governo nem colocá-la nas celebrações do 7 de Setembro. A avaliação é estratégica: esta é uma batalha da militância e do parlamento. O desfile oficial seguirá com a defesa da soberania — mas a guerra política será travada nos atos, nas redes e nas ruas. O PT, portanto, arregaça as mangas.

“O Congresso, vocês sabem, não é um Congresso eleito pela periferia. O Congresso tem ajudado o governo, o governo aprovou quase tudo o que queria, mas a extrema-direita tem muita força ainda. É uma batalha que tem que ser feita também pelo povo”, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante discurso em Belo Horizonte. A fala, até então mais contida do presidente sobre o tema, já é interpretada no PT como o sinal verde para a mobilização popular.

Ministros próximos a Lula repetem que, se uma anistia irrestrita for aprovada, o presidente vetará o texto. Um auxiliar próximo do presidente chegou a afirmar que isso seria um “presente histórico” porque daria a Lula o argumento de ser defensor da democracia, em oposição a Tarcísio e outros apoiadores de Bolsonaro. Claro: seria um jogo político duro, mas com potencial simbólico enorme — e preciso relembrar que veto não significa tranquilidade eterna; é só mais uma batalha.

Nas redes, a disputa é acirrada. Contrariando esperanças dos governistas de que o bolsonarismo ficaria na defensiva diante dos julgamentos no STF, a extrema-direita teve fôlego e conseguiu impor a narrativa da anistia como central. O PT reconhece que perde terreno quando deixa essa batalha só para algoritmos — por isso a escolha de juntar mobilização online e presencial. A ideia é transformar o 7 de Setembro em momento de pressão direta sobre deputados e senadores.

A esquerda já tinha compromisso com o tradicional “Grito dos Excluídos” e com a defesa da soberania; agora, soma a rejeição à anistia com palavras de ordem claras: “Brasil contra anistia”, “Sem anistia” e “Em defesa da democracia”. Não é hora de acomodação: é hora de ir para as ruas, de mostrar que impunidade não tem vez no país que queremos reconstruir.

Se a direita acha que um perdão coletivo é o atalho para evitar suas próprias responsabilidades, está enganada. A única anistia aceitável é a anistia da memória e da luta: lembrar, punir os crimes políticos e fortalecer instituições. Por isso, a batalha de 7 de Setembro será mais do que um protesto simbólico — será uma prova de força democrática. Quem pensa em resgatar o império da impunidade que se prepare para encontrar uma militância pronta para resistir.

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