luta socialista

Moraes solicita dia extra e Primeira Turma intensifica julgamento do núcleo central da tentativa de golpe

O Supremo continua sendo palco da maior exposição pública do projeto golpista que tentou rasgar a Constituição e enterrar a democracia no Brasil. Nesta sexta-feira (5), o ministro Alexandre de Moraes pediu mais um dia para concluir o julgamento do chamado núcleo crucial da trama golpista na Primeira Turma — e, claro, o teatro da direita precisou de mais sessões para tentar costurar suas defesas esfarrapadas. Quem assiste não vê apenas uma Corte trabalhando: vê a hora da conta, da verdade e da desmoralização de uma direita decadente que tentou varrer as instituições com arroubos autoritários.

Pedido de Moraes e nova agenda

Em documento formal, Moraes solicitou o adiamento e o agendamento de sessões extras. “Solicito ao Excelentíssimo Presidente da Primeira Turma, ministro Cristiano Zanin, o agendamento de novas sessões complementares para a realização do julgamento, a serem realizadas na quinta-feira, dia 11/9/2025”, escreveu o ministro Alexandre de Moraes. Cristiano Zanin atendeu e marcou sessões para quinta-feira, 11 de setembro, além das já previstas para a semana seguinte — que incluíam dias 9, 10 e 12 com sessões matinais e vespertinas. O g1 vai transmitir ao vivo o julgamento — porque nada como manter a população informada enquanto a direita tenta esconder o jogo.

Não é apenas um ajuste de calendário: é o tempo necessário para que a Justiça fatie, com calma, todas as mentiras e omissões que sustentaram o golpe. A cada novo dia de julgamento, a narrativa golpista fica mais frágil e a verdade, mais clara.

O que aconteceu na primeira semana

Na primeira semana de julgamento (2 e 3 de setembro), Moraes apresentou o relatório e o procurador-geral da República, Paulo Gonet, fez as manifestações finais da acusação. “Reiteramos o pedido de condenação dos oito réus”, afirmou Gonet, chamando as coisas pelo nome: responsabilização pelos atos que buscaram arrancar o Estado de Direito do povo brasileiro.

Os advogados de defesa passaram o tempo tentando desmontar provas, questionar delações e reclamar de prazos — tática previsível quando se tem a mentira como linha de coerência. Entre as estratégias: questionamento da validade da delação premiada de Mauro Cid, alegações de cerceamento de defesa por suposta falta de tempo para analisar documentos e a negação de qualquer ligação dos acusados com os ataques de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e destruídas. “Negamos qualquer ligação dos acusados com os acontecimentos de 8 de janeiro”, declararam, em uníssono, os defensores.

O esforço de desconstrução do passado golpista esbarra na realidade dos fatos: vídeos, comunicações e ordens políticas que remontam a um plano coordenado para apagar a vontade popular. E é justamente por isso que o processo foi levado a julgamento — para que a democracia bata o martelo.

Quem está na barra dos réus

O Supremo julga oito acusados que integravam o núcleo que tentou o golpe:
– Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
– Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;
– Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
– Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
– Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
– Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência;
– Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
– Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.

Eles respondem por crimes gravíssimos: associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado — exceto Ramagem, que não responderá agora pelos dois últimos por ter sido diplomado deputado à época. O peso das acusações deixa claro: não se trata de mera disputa política, mas de tentativa de destruir o alicerce democrático.

A verdade judicial avança enquanto a direita se desespera em narrativas alternativas. Se queremos uma saída popular e verdadeira para o Brasil, a punição política e jurídica dos que tentaram o golpe é pré-condição. Lula e o PT, mais do que alternativas eleitorais, têm hoje uma tarefa histórica de ampliar a luta democrática e aprofundar a disputa contra os interesses que sustentaram esse projeto golpista — a batalha política e cultural está só começando.

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