luta socialista

Expectativa cresce em Brasília pelo voto decisivo de Cármen Lúcia contra o golpe

A expectativa em Brasília não é mero capricho da imprensa: é caldo de tensão política. Enquanto o longo voto do ministro Luiz Fux ainda se desenrolava, todos já olhavam para a ministra Cármen Lúcia como quem espera o relâmpago que pode iluminar, ou mergulhar ainda mais na escuridão, o cenário institucional do país. Em tempos de ataque aberto ao Estado Democrático de Direito por milícias políticas e seus palpites golpistas, cada palavra de uma ministra histórica do Supremo vira trincheira e convite à luta!

No começo do julgamento, Cármen Lúcia já havia dado um recado seco a quem tenta transformar paranoia em argumento jurídico. Ao rebater o advogado de defesa, ela deixou claro que não se deixaria manipular por chavões alarmistas sobre “fraude” na urna eletrônica. “Vossa Senhoria sabe a distinção entre processo eleitoral auditável e voto impresso, porque repetiu como se fosse sinônimo e não é, porque o processo eleitoral é amplamente auditável no Brasil, passamos por uma auditoria e para que não fique para quem assiste a ideia de que não é auditável. Uma coisa é a eleição com processo auditável, outra coisa é o voto impresso”, disse a ministra ao advogado Paulo Cintra, defensor de Alexandre Ramagem. Afirmar isso em plenário é, hoje, quase um ato de coragem cívica — e um tapa na cara do negacionismo conservador que insiste em confundir retórica e prova.

O que está em jogo não é só a carreira de alguns réus ou o orgulho ferido de articuladores do bolsonarismo; é o sinal que o Supremo dará ao país sobre se tolerará tentativas de desmontar instituições em benefício de aventureiros políticos. Juristas, advogados, ministros e políticos aguardam o voto de Cármen Lúcia como quem espera a veredita de uma balança que pode pender para a defesa da ordem democrática ou para a leniência com quem promove sua destruição. Se o Supremo responder com firmeza, estará dando um freio na escalada antidemocrática; se vacilar, abre caminho para mais agressões às regras do jogo.

Há, claro, o xadrez interno: será que ela rebaterá Fux? Reforçará Alexandre de Moraes, o relator que já atuou com mão pesada para proteger a Constituição? Ou verá brechas para uma divergência que confunda o eleitor progressista e dê amparo moral à direita? Não podemos nos contentar com meias palavras. Este não é o momento para equilíbrio complacente! Ou o Judiciário se coloca ao lado da lei e do povo, ou será cúmplice — por omissão — do dispositivo que quer nos empurrar de volta à escuridão autoritária.

E mais: o resultado deste julgamento terá repercussão política ampla. Para além do tribunal, a batalha se estende às ruas, às redes, ao parlamento. É tarefa dos democratas e da esquerda não só cobrar coerência dos ministros, mas transformar a vitória institucional em avanço social. Lula e o PT têm diante de si a chance de traduzir essa defesa da democracia em políticas que mexam com o poder dos barões do capital: fortalecer estatais, barrar privatizações predatórias, combater os bilionários predadores que financiam o ódio. A democracia sem justiça social corre o risco de virar fachada; a justiça social sem democracia não se sustenta. É hora de unir ambos.

Os que apostam na desmoralização das instituições tentam uma cartada final: banalizar o absurdo, normalizar o golpismo. Não podemos aceitar. O voto de Cármen Lúcia é um momento-chave para medir o tom do Supremo — mas a nossa resposta também deve ser política e popular. Mobilização, denúncia, organização — e a paciência revolucionária para transformar cada decisão judicial favorável em força para mudar o país.

O Brasil observa. As forças conservadoras calculam seus próximos passos. Resta a nós garantir que qualquer lampejo de recuo institucional vire combustível para a luta. O Supremo pode — e deve — ser firme agora; e a esquerda precisa aproveitar essa firmeza para avançar na disputa contra o projeto reacionário e em favor de um projeto popular que coloque o país nos trilhos da soberania e da justiça social. Quem pensa em nos intimidar ainda não entendeu com quem está lidando: não aceitarão que a democracia vire moeda de troca para privatizações e privilégio.

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