No embalo das redes sociais, bolsonaristas voltam a espalhar mentiras desesperadas para fingir uma popularidade que não existe. Desta vez, a arma foi uma fotografia — uma multidão na orla de Copacabana supostamente “pro-Bolsonaro” neste domingo (3/8). Mas, como em toda farsa, a verdade vem à tona para expor o ridículo desse truque barato.
O cenário inventado
Um post no X mostrava dezenas de pessoas vestindo amarelo, bandeiras do Brasil tremulando ao vento e até um carro de som tirando onda. A legenda berrava: “BRASIL NA RUA💚”. Objetivo óbvio? Inflar o moral dos desesperados seguidores do capitão fracassado e constranger quem realmente saiu às ruas para defender a democracia. Afinal, nada como um espetáculo midiático para mascarar a ausência de base popular real.
Por que essa história não cola
A verdade, porém, é teimosa. A imagem não foi feita neste domingo. Ela registra um ato de 7 de setembro de 2022, quando bolsominions lotaram a praia de Copacabana para comemorar o bicentenário da Independência e pedir a reeleição do ex-presidente. Basta uma busca rápida no Google Lens, ferramenta básica para quem quer descobrir a origem de um clique, para ver publicações antigas em sites como a Revista Oeste e matérias do g1 sobre aquele 7 de setembro inflamado.
“Ao buscarmos a foto original, identificamos que nada tem a ver com manifestações recentes. É uma prática recorrente de grupos radicalizados reutilizar imagens para enganar”, explicou o repórter Rodrigo Santos, do Fato ou Fake.
Esse recurso não é novidade na cartilha da extrema direita: reutilizar registros de eventos passados para criar um “caldeirão de apoio” fictício. Enquanto tentam dar a impressão de um levante popular, exibem apenas uma encenação reciclada.
Onde isso nos leva?
Bolsonarismo e fake news andam de mãos dadas. É a tática preferida de quem se recusa a aceitar derrotas eleitorais e investe pesado em discursos conspiratórios. Mas o que deveria sacudir qualquer cidadão consciente é o ataque diário à verdade como pilar da convivência democrática. Se a mentira vira moeda de troca, o governo Lula e o projeto popular ficam em risco — e é exatamente isso que a direita mais teme.
Não podemos assistir a isso calados. Desmontar mentiras é também erguer uma trincheira contra os interesses das elites que lucram com a desinformação e com o enfraquecimento do Estado democrático de direito. Privatistas e bilionários de diretoria adoram um ambiente em que a verdade não importa, desde que seus cofres sigam engordando.
Por outro lado, o nosso campo, encabeçado pelo PT e o presidente Lula, precisa responder com mais clareza e mobilização. Mostrar que o Brasil real não vive de ódio e de fakes, mas de solidariedade e de luta por direitos. É hora de impulsionar a reforma agrária, retomar as estatais-chave e taxar os grandes patrimônios para financiar saúde, educação e moradia popular.
A batalha também é cultural: desconstruir narrativas autoritárias e desmontar a indústria de fake news que se alimenta do caos e da incerteza. Se aceitarmos o teatro das mentiras, abrimos espaço para retrocessos ainda mais graves, com golpe parlamentar e medidas anti-povo.
No fim das contas, a foto de Copacabana não passou de mais um ato de desespero do bolsonarismo, tentando simular força sem base real. Mas a luta continua nas ruas de verdade, em cada assentamento, em cada trincheira sindical e em cada debate popular. O que nos move não é propaganda fabricada, e sim a construção de um Brasil democrático, soberano e socialista. Quem acredita nisso sabe que a farsa das imagens falsas não vai derrubar a força da mobilização popular autêntica.