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Brasil triunfa onde EUA falharam: NY Times destaca condenação histórica de Bolsonaro

O Supremo Tribunal Federal formou maioria e condenou Jair Bolsonaro por uma trama que tentou destruir a democracia brasileira. Em julgamento histórico, quatro dos cinco ministros da Primeira Turma consideraram o ex-presidente culpado por tentativa de golpe, organização criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado — crimes que resultaram, somados, em 27 anos e 3 meses de prisão e em inelegibilidade por 8 anos após o cumprimento da pena. É a primeira vez na história republicana que um ex-presidente é responsabilizado criminalmente por atentados tão explícitos contra as instituições. Quem ainda acha que a direita vai se entregar sem luta vai ter que engolir essa realidade!

Pressão externa e hipocrisia americana

A condenação não ocorreu num vácuo: veio após intensa tentação de intervenção externa e chantagem econômica. Como lembraram Steven Levitsky e Filipe Campante, em artigo no The New York Times, “Esses acontecimentos contrastam fortemente com os Estados Unidos, onde o presidente [Donald] Trump, que também tentou reverter uma eleição, não foi preso, mas retornou à Casa Branca” — Levitsky e Campante. E prosseguem, com razão: “Na prática, o governo dos EUA está punindo os brasileiros por fazerem algo que os americanos deveriam ter feito, mas não fizeram: responsabilizar um ex-presidente por tentar reverter uma eleição” — Levitsky e Campante. Enquanto isso, Trump, fiel aos métodos da extrema direita internacional, declarou-se surpreso e “muito insatisfeito” — Donald Trump — com a condenação, numa demonstração óbvia de solidariedade entre quem quer destruir a democracia.

Os Estados Unidos chegaram a impor sobretaxas de 50% sobre produtos brasileiros e ameaçaram sanções contra ministros do STF, numa tentativa grotesca de interferência. Resultado? O tribunal seguiu seu curso e plantou uma semente de responsabilização que deveria inspirar outras nações. Não é para menos: a impunidade internacional dos líderes autoritários tem sido uma das razões para a ascensão desses monstros.

A decisão da Turma, embora não unânime (Luiz Fux divergiu), contou com provas volumosas apresentadas pela acusação sobre planos que iam muito além de fake news e retórica: havia organização, articulação com militares, propostas de dissolução de tribunais e até planos que contemplavam o assassinato de adversários políticos, incluindo o presidente eleito Lula, seu vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes — fatos que envergonham qualquer defensor da direita liberal que ainda sonha com “ordem”.

Esta condenação é um marco: mostra que instituições podem, sim, enfrentar a extrema-direita organizada e responsabilizá-la. Mas não basta condenar líderes: é preciso desmantelar as redes de poder econômico e midiático que os sustentam.

Repercussão e desdobramentos políticos

A imprensa internacional reagiu com estampidos — de The New York Times a The Economist, da Reuters ao El País — classificando o julgamento como histórico e alertando para tensões diplomáticas. Internamente, a extrema direita tenta reagrupar suas forças, usar o Congresso para buscar anistias e mobilizar seus apoiadores nas ruas. Isso é previsível, mas também mostra por que a esquerda organizada, a militância popular e o governo Lula precisam manter a ofensiva: defender as estatais, barrar privatizações, combater os bilionários que financiam o ódio e consolidar políticas públicas que ataquem as raízes da desigualdade.

“Alguns temem que o questionamento de Fux sobre a autoridade dos juízes sobre o caso possa abrir caminho para contestações legais e até mesmo para a anulação do julgamento no futuro” — The Guardian — o que reforça a necessidade de vigilância democrática permanente.

A derrota de Bolsonaro nas ruas, nos tribunais e — potencialmente — nas urnas de 2026 não é automática. Ela se conquista todos os dias, com organização, unidade e coragem política. O PT e Lula têm papel central: não apenas para governar, mas para impulsionar uma nova etapa de luta democrática e social. Se a esquerda quiser transformar essa vitória jurídica em avanços concretos, precisa atacar privilégios, proteger serviços públicos e fortalecer mecanismos que garantam que nenhum aspirante a ditador volte a sonhar com o comando do Estado. Afinal, quem combate a extrema-direita não pode ter ilusões com os donos do poder econômico — é hora de enfrentá-los de frente!

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