A Polícia Federal tirou a fantasia de respeitabilidade de mais um esquema que sangrava a Previdência enquanto o país sofria com cortes e privatizações! Em uma ação em São Paulo e no Distrito Federal, agentes cumpriram mandados, prenderam envolvidos e recolheram de tudo: quadros, esculturas eróticas — algumas atribuídas a nomes como Portinari e Di Cavalcanti — armas, dinheiro em espécie e carros de luxo, incluindo uma Ferrari e um Porsche. No centro da operação estão o advogado Nelson Wilians, o empresário Maurício Camisotti — preso em São Paulo — e Antônio Carlos Camilo Antunes, o conhecido “Careca do INSS”, preso no DF. Quem pagou a conta dessa quadrilha? Os aposentados e pensionistas do país!
Como funcionava o esquema
A investigação da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Polícia Federal traçou um modus operandi antigo e repugnante: associações de fachada, muitas vezes presididas por idosos ou pessoas vulneráveis, eram usadas para cadastrar beneficiários do INSS sem autorização. Assinaturas falsificadas autorizavam descontos mensais diretamente na folha de pagamento das aposentadorias. Em muitos casos, os próprios aposentados nem sabiam que estavam sendo “associados”. Há registros grotescos de pessoas filadas a mais de uma entidade no mesmo dia — com erros de grafia idênticos nas fichas, prova material da fraude.
Segundo a apuração, dirigentes e servidores coniventes recebiam vantagens para inserir esses descontos nos contracheques. O resultado? Um rombo que pode chegar a R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024 — dinheiro que saiu dos bolsos dos mais velhos para financiar luxo e impunidade. A investigação administrativa começou em 2023 pela CGU e, com indícios de crime, passou para a PF em 2024. Os mandados executados agora foram expedidos pelo ministro do STF André Mendonça.
No rol das apreensões, além das obras de arte e esculturas, foram encontrados veículos de alto padrão e grandes quantias em espécie em endereços ligados aos investigados. Antunes, apontado pela PF como o “facilitador” que movimentou milhões para servidores do INSS, teria transferido R$ 9,3 milhões entre 2023 e 2024 para pessoas ligadas a servidores. Camisotti aparece como sócio oculto de uma das entidades e beneficiário direto das fraudes.
As imagens das armas e dos quadros ao lado das faturas roubadas da Previdência mostram um contraste que fere qualquer senso de justiça: luxo ostentado às custas do sofrimento alheio. Idosos enganados, direitos roubados! E o que dizer dos argumentos de defesa? Previsíveis: negam, questionam a ação policial, prometem recorrer. A retórica da liturgia jurídica muitas vezes protege corruptos com palavreado técnico — mas a realidade é de lesa-humanidade contra quem mais precisa.
“A defesa do empresário Maurício Camisotti afirma que não há qualquer motivo que justifique sua prisão no âmbito da operação relacionada à investigação de fraudes no INSS. Os advogados chamam a atenção para a arbitrariedade cometida durante a ação policial: Camisotti teve seu celular retirado das mãos no exato momento em que falava com seu advogado. Tal conduta afronta garantias constitucionais básicas e equivale a constranger um investigado a falar ou produzir prova contra si próprio. A defesa reitera que adotará todas as medidas legais cabíveis para reverter a prisão e assegurar o pleno respeito aos direitos e garantias fundamentais do empresário.” — defesa de Maurício Camisotti
“Em relação ao mandado de busca e apreensão cumprido nesta data, Nelson Wilians esclarece que tem colaborado integralmente com as autoridades e confia que a apuração demonstrará sua total inocência. Nelson Wilians já afirmou, anteriormente, que sua relação com um dos investigados — seu cliente na área jurídica — é estritamente profissional e legal, o que será comprovado de forma cabal. Os valores por ele transferidos referem-se à aquisição de um terreno vizinho à sua residência, transação lícita e de fácil comprovação. Ressaltamos que a medida cumprida é de natureza exclusivamente investigativa, não implicando qualquer juízo de culpa ou responsabilidade. O advogado permanece à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários e reafirma seu compromisso com a legalidade e a transparência.” — defesa de Nelson Wilians
Essa operação expõe o que a direita e seus tentáculos sempre fizeram: privatizar recursos públicos e transformar direitos em mercado para poucos. Não basta prender cabeças; é preciso desmontar a lógica que permite que interesses privados devorem o que é público. É hora de fortalecer as estatais, proteger a Previdência e garantir que os aposentados não sejam moeda de troca! Lutar contra essas quadrilhas é também lutar por um projeto nacional que não se curve aos bilionários e que coloque a vida das pessoas no centro — algo que só avança quando a esquerda organizada, incluindo forças progressistas como o PT, assume a disputa pela soberania e pelos serviços públicos. Quem roubou precisa responder; quem entregou o país ao mercado precisa ser derrotado politicamente.