O que veio à tona com a Operação Sem Desconto não é apenas mais um caso de corrupção: é um tapa na cara de quem sempre quis desmontar o Estado, vender nossas estatais e entregar o país para bilionários. Nas casas dos investigados foram encontrados carros de luxo, vinhos de R$ 50 mil, esculturas e obras de arte — e, enquanto isso, os aposentados e pensionistas tinham seus benefícios assaltados por uma rede criminosa que falsificava assinaturas e sugava o pouco que o trabalhador acumulou. Não dá para fingir surpresa; dá é vontade de ver justiça sendo feita e de proteger o que é público!
Operação Sem Desconto: luxo e fraude
A Polícia Federal desvendou um esquema amplo que desviou recursos das aposentadorias e pensões do INSS. Em números frios, até agora a Justiça já bloqueou cerca de R$ 2,8 bilhões em bens ligados aos investigados — dinheiro que, em vez de ir para mansões e adegas de luxo, deveria voltar para os segurados lesados. Que cada centavo roubado seja devolvido aos trabalhadores!
Entre os nomes apontados pela PF está Antônio Carlos Camilo Antunes, o conhecido “Careca do INSS”, descrito como um lobista que atuava como “facilitador” do esquema. Ele foi preso e é suspeito de pagar R$ 9,3 milhões em propina a servidores. Também caiu na rede o empresário Maurício Camisotti, dono de empresas de seguros e planos de saúde, acusado de ser sócio oculto de uma entidade que se beneficiava das fraudes. As apreensões surpreenderam até os investigadores: carros de luxo, obras de arte e vinhos caros deixaram claro que ali não se tratava de “um jeitinho”, mas de um saque organizado.
O governo federal já acionou a Advocacia-Geral da União para tomar medidas cautelares e assegurar o ressarcimento ao erário. “A ideia é que 100% do ressarcimento venha sair do bolso de quem fraudou” – Gilberto Waller Júnior, presidente do INSS. Não é pedir demais: por que os prejudicados deveriam arcar com perdas que são fruto de esquema criminoso?
A investigação mostrou que associações e entidades ofereciam “serviços” a aposentados cadastrando pessoas sem autorização, usando assinaturas falsificadas para descontar mensalidades direto no benefício. Ou seja: um esquema montado exatamente contra quem menos pode se defender. Como aceitar que um aposentado perca parte do sustento mensal para bancar a farra de empresários e lobistas? Impossível!
Nesta semana, estava marcado o depoimento do “Careca” na CPMI que investiga o desvio bilionário no Congresso. Ele, por meio de sua defesa, informou que não iria comparecer — e a reunião foi cancelada. “Não iria comparecer” – defesa do ‘Careca do INSS’. O presidente do INSS veio a público reafirmar a importância do depoimento: “É importante ouvi-lo, é a primeira vez, eu acho, que a gente vai ter um depoimento de uma pessoa chave nesse esquema fraudulento. É importante saber para onde foi o dinheiro, quem eram as pessoas por trás, como era feito todo esse esquema” – Gilberto Waller Júnior. Se fosse uma novela, seria de tirar o fôlego — na vida real, é escândalo que exige punição e recuperação dos recursos.
O episódio também reacende um debate necessário: enquanto a direita prega privatização e enfraquecimento do Estado, são justamente instituições públicas como o INSS que precisam ser fortalecidas, fiscalizadas e defendidas. O próprio INSS, em acordo com Ministério Público, Defensoria Pública e OAB, homologado pelo STF, propôs controles mais rigorosos caso o desconto associativo volte. “A gente não pode assinar, por exemplo, um acordo de cooperação com uma instituição fantasma, com uma associação que não existe, não presta nenhum outro serviço. É só para tirar dinheiro do nosso aposentado e pensionista” – Gilberto Waller Júnior.
Que fique claro: defender o INSS, as estatais e um projeto popular de proteção social não é nostalgia — é estratégia para garantir que o povo não seja mais saqueado por esquemas que enriquecem poucos enquanto empobrecem a maioria. Nesta hora, além de punir os responsáveis, é urgente ampliar a luta por controle público, transparência e políticas que coloquem os trabalhadores no centro. Afinal, quem deve pagar a conta são os fraudadores — não os aposentados! Vamos cobrar ressarcimento integral e medidas duras contra os corruptos.