luta socialista

Correção: cassação da Medalha Ordem do Pacificador de Bolsonaro é decisão do Exército, não de Lula

Erramos — e corrigimos. Publicamos uma informação equivocada de que o presidente Lula assinaria a eventual cassação da Medalha Ordem do Pacificador do ex-presidente Jair Bolsonaro caso houvesse punição militar após a condenação do ex-presidente a 27 anos e 3 meses de prisão. Na verdade, a cassação dessa condecoração é um ato assinado pelo Comandante do Exército, não pelo chefe do Executivo. A informação foi corrigida no dia 15 de setembro, às 21h. É importante dizer isso com clareza: a linha de comando militar tem seus próprios procedimentos, e não cabe ao presidente, sozinho, carimbar honorificências ou retirá‑las.

Como jornal, errar é humano — o que não é aceitável é transformar erro em pretexto para alimentar narrativas da direita. Não vamos fingir neutralidade quando se trata de desmontar a máquina de mentiras bolsonarista, mas tampouco vamos abrir mão da correção jornalística. Quem acompanha a escalada reacionária sabe que desinformação é arma política: confundir papéis institucionais é dar munição aos que querem provar que “o Estado” é apenas um palco para interesses pessoais. Não é!

Quem decide sobre medalhas militares?

A cassação de condecorações como a Medalha Ordem do Pacificador segue regras internas das Forças Armadas e é formalizada pela autoridade militar competente — no caso, o Comandante do Exército. Isso não anula a relevância política do episódio: se houver punição militar a um ex-presidente, será uma bomba institucional que reverberará no tabuleiro político nacional. Mas é preciso colocar as peças certas no lugar antes de soltar fogos de artifício retóricos.

Não é o presidente que assina condecorações militares — é o Comandante do Exército. E esclarecer isso é essencial para evitar que setores conservadores se aproveitem do erro e afirmem que Lula estaria interferindo indevidamente na caserna ou, pior, que estaria atuando fora do marco democrático. Lula e o PT são, para nós, atores centrais de uma nova etapa de luta anticapitalista no Brasil; mas esse papel político não autoriza a propaganda fácil nem o atropelo da realidade.

Se há uma lição prática aqui, é dupla: primeiro, que a imprensa progressista deve ser rigorosa; segundo, que a direita irá se aproveitar de qualquer deslize para gritar “intervenção!”, alimentar teorias conspiratórias e tentar desestabilizar o governo popular. Não podemos facilitar esse jogo. Precisamos corrigir, apontar o erro e seguir combatendo a desinformação com firmeza e com orientação de classe.

O episódio traz, também, uma oportunidade política. Enquanto a direita se esfalfa tentando transformar um equívoco jornalístico em prova de “golpe”, cabe à esquerda reafirmar princípios: defesa da legalidade, das instituições republicanas e das estatais que garantem soberania e bem-estar social. Não nos interessa uma narrativa de “neutralidade burocrática” que apague as contradições de classe — mas também rejeitamos ativamente qualquer atalho que nos reduza ao espetáculo das fake news.

Que fique claro: somos implacáveis com o bolsonarismo e com seus tentáculos — não vamos deixar pedra sobre pedra dessa casa de horrores conservadora! — e, ao mesmo tempo, exigimos responsabilidade jornalística. Corrigimos nosso erro, explicamos a quem cabe tal medida e seguimos na luta. O combate à desinformação é parte da batalha maior: derrotar a direita nas ruas, nas urnas e nas instituições, construindo um projeto que milioniários e privatistas jamais aceitarão sem resistência. Vigilância, rigor e mobilização — é disso que precisamos agora.

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