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CPI do INSS: Nelson Wilians nega envolvimento em fraudes e diz que PF “não errou” na operação

O depoimento de Nelson Wilians nesta quinta-feira à CPI mista do INSS foi mais uma sessão de cinema político: muita pose, alguns discursos ensaiados e a mesma trilha sonora de impunidade que protege os poderosos. Acusado de ter ligações financeiras com empresários apontados na operação da Polícia Federal, Wilians tentou se distanciar do caso, mas as pontas dessa teia chegam exatamente onde interessa — nos bolsos dos aposentados e na canalhice daqueles que transformam a Previdência num balcão de negócios privados.

Wilians negou reiteradamente qualquer envolvimento com o esquema de fraudes e desvios de benefícios do INSS. “Não tenho nada a ver com o que está sendo objeto da investigação, que são os roubos dos aposentados do INSS.” – Nelson Wilians. Ainda assim, a PF o colocou no centro das atenções ao encontrar conexões financeiras entre ele e o empresário Maurício Camisotti, apontado como sócio oculto de uma associação que cobrava descontos irregulares de segurados. A investigação, segundo a própria Polícia Federal, mostrou que a relação entre Wilians e Camisotti “se revela além dos limites de uma mera vinculação profissional”, sugerindo interesses financeiros e intermediação de valores suspeitos. “A relação entre Nelson Wilians e Maurício Camisotti se revela além dos limites de uma mera vinculação profissional…” – Polícia Federal.

O advogado ainda afirmou que respeita a atuação da PF e que a polícia “cumpre o seu papel”. “A mim cabe respeitar, a mim cabe acatar. Não acho que ela errou.” – Nelson Wilians. Curioso: enquanto elogia a polícia, recusou-se a assinar um termo de compromisso de dizer a verdade e, após um intervalo pedido pela defesa, optou por ficar em silêncio. E a hipocrisia ficou ainda mais óbvia quando o vice-presidente da CPI, deputado Duarte Jr., descreveu o espetáculo: “Nelson Wilians era um ‘tigrão nas redes sociais, mas, sem filtro e sem celular, é um verdadeiro fantoche’.” – Duarte Jr.

Há ainda o episódio cômico — se não fosse trágico — em que Wilians negou conhecer um dos presos, o chamado “Careca do INSS”. “Eu não conheço o careca do INSS.” – Nelson Wilians. Palavras que soam rasas diante de transferências financeiras apontadas pela investigação e de indícios de vazamento de informações sobre operações da PF entre os envolvidos. Afinal, de que vale a retórica firme nas redes sociais quando, nos bastidores, movimentam-se milhões às custas de quem trabalhou a vida inteira?

Enquanto isso, aposentados perdem o que conquistaram com trabalho, e o país assiste à desnacionalização do setor financeiro da previdência. Não se trata apenas de um advogado em apuros: é um sintoma. Não é só um caso de advogado poderoso; é o sintoma de uma rede que se alimenta do sofrimento popular. E enquanto as engrenagens desse sistema giram, a direita liberal e seus tentáculos privatistas aplaudem cortes e terceirizações que abrem ainda mais espaço para saque privado da seguridade social.

Para nós, que lutamos por um projeto popular e pela defesa do Estado como garante de direitos, o caso confirma o que já sabemos: sem um Estado forte e sem estatais comprometidas com o interesse público, a Previdência vira presa fácil dos bilionários e das quadrilhas que se travestem de “associações”. É por isso que a defesa das instituições públicas e de um Governo que enfrente essas redes não é mero discurso eleitoral — é condição de sobrevivência dos trabalhadores e aposentados!

A CPI precisa ir até o fim, com transparência e sem condescendências. Exigir documentos, rastrear pagamentos e quebrar o sigilo de quem se esconde atrás de contratos e escritórios é obrigação. E a sociedade? Deve acompanhar, denunciar e cobrar punição real, não teatro. Porque enquanto a esquerda organizada — com o PT e com Lula nessa nova etapa — colocar a defesa da Previdência e das estatais no centro da agenda, conseguiremos retomar o que nos foi roubado e blindar os direitos que os ricos querem privatizar! Quem tem medo disso que se retire do caminho!

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