luta socialista

Lula mobiliza o PT contra a PEC da Blindagem que reduz penas de Bolsonaro e golpistas

Vivemos um momento decisivo: enquanto a direita tenta, com toda sua cara de pau, costurar acordos para enterrar a responsabilização dos golpistas, o presidente Lula dá uma demonstração clara de escolha política — não pela conciliação com os que querem devolver o país à barbárie, mas ao lado do povo que exige justiça. A disputa em torno da chamada PEC da Blindagem é a prova de fogo: será que capitulamos à chantagem do Centrão e à impunidade de sempre, ou retomamos o caminho da defesa da democracia e das conquistas populares?

PEC da Blindagem pode ser votada nesta semana

A articulação inicial do PT chegara a aceitar, em negociações parlamentares, apoiar a PEC da Blindagem em troca de frear a urgência do projeto de anistia — uma permuta pérfida, na verdade um jogo de cena do velho balcão de acordos corruptos. Lula, no entanto, deu um recado firme: não quer o partido nem sua equipe avalizando acordos que promovam impunidade. Depois de conversar com o ministro da Comunicação Social, Sidônio Palmeira, vetou a entrega imediata ao balcão do Centrão, mesmo sabendo que isso poderia custar apoio para outras pautas governistas. Que opção foi essa, senão priorizar a voz das ruas e o clamor por justiça sobre as costuras com os velhos caciques?

O governo sabe do risco: a PEC pode avançar e abrir caminho para reduzir penas de Jair Bolsonaro e dos demais condenados na ação penal do golpe. Mas a disposição de Lula é clara — e correta — em não se aliar a uma pauta rejeitada pela maioria do povo. Não podemos trocar direitos e justiça por governabilidade feita à base de conchavos com os que defendem o fim da democracia! O que está em jogo é muito maior do que aritmética parlamentar; é o caráter do Estado brasileiro e a capacidade do povo de mandar na vida pública.

A reação popular das manifestações deixou isso explicito. “Estou do lado do povo brasileiro. As manifestações de hoje demonstram que a população não quer a impunidade, nem a anistia. O Congresso Nacional deve se concentrar em medidas que tragam benefícios para o povo brasileiro” – Lula — são palavras que traduzem um gesto político necessário: ouvir o povo e colocar os interesses populares acima das negociatas que sempre beneficiam os mesmos.

Do outro lado, o golpismo tenta se recompor: a PEC da Blindagem é um escudo que interessa aos poderosos que temem pagar por seus crimes. Eles vendem essa salvação aos olhos da opinião pública como “estabilidade institucional”, mas é óbvio o que se pretende blindar — não o Estado de Direito, e sim os privilégios e a impunidade da extrema-direita e de seus aliados. Não aceitar isso é uma obrigação de quem luta pela democracia!

“As manifestações de hoje [ontem] contra a anistia dos atos golpistas são a prova viva da força do povo brasileiro em defesa da democracia,” acrescentando que, “graças à atuação vigilante do STF e à mobilização da sociedade, o Brasil reafirma que não há espaço para rupturas ou retrocessos.” – Gilmar Mendes Esse reconhecimento do papel da sociedade e das instituições democráticas deve servir como combustível para ampliarmos a mobilização, sem confiar simplesmente nos gabinetes.

O momento exige estratégia e firmeza. Defender estatais, enfrentar privatizações, combater os bilionários que financiam a extrema-direita e desmontar as redes clientelistas do Centrão são tarefas inseparáveis da luta contra a impunidade. O PT e Lula têm diante de si a oportunidade de não apenas vencer politicamente, mas de abrir espaço para uma nova etapa de enfrentamento anticapitalista no Brasil — com reformulações profundas que ponham o povo no centro.

Se a democracia significa alguma coisa, é isso: responsabilizar os que atentaram contra ela e fortalecer as vozes populares que a defendem. É hora de transformar as ruas em força política permanente e impedir que a PEC da Blindagem transforme a impunidade em lei.

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