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Lula desembarca em Nova York pronto para diálogo direto com Trump: “Se ele quiser conversar, eu também converso”

Lula desembarca em Nova York no olho da tempestade: não é turismo, é batalha diplomática. Depois do chamado “tarifaço” de 50% imposto pelos Estados Unidos ao Brasil, o presidente vem armado de argumentos e de dignidade — e, claro, pronto para responder com firmeza a quem decidiu punir nosso povo por motivos políticos. A viagem à Assembleia Geral da ONU não é passeio protocolar; é palco para marcar posição, reafirmar soberania e cobrar respeito frente à arrogância imperial.

“No momento em que o presidente Trump quiser falar de política, eu também converso sobre política”, disse Lula em entrevista ao canal norte-americano PBS. O recado é direto e: como só poderia ser, com aquele jeito que mistura paciência e firmeza: “Nunca conversamos antes, porque ele fez uma escolha. Na minha opinião, isso foi um erro. Ele fez uma escolha de construir uma relação com Bolsonaro, e não uma relação com o povo brasileiro”, afirmou o presidente. Dá para engolir? Uma superpotência escolhendo aliança com um golpista em vez de dialogar com o país inteiro — e ainda castiga a economia brasileira com tarifas punitivas como se fosse retaliação política. A diplomacia obedece interesses; atos de soberania respondem a interesses nacionais. E é isso que Lula veio defender.

Tarifas não são apenas números em uma lista; são ataque direto ao emprego e ao desenvolvimento nacional. Quando uma potência decide usar medidas econômicas com viés político, não estão defendendo comércio livre — estão impondo vontade política, e o Brasil não pode aceitar isso em silêncio.

Essa postura não é mera retórica. O governo brasileiro busca delegitimar esse tipo de pressão e também proteger a independência das instituições nacionais. Lula deixa claro que a questão não é comercial: é política. Trump, ao anunciar as sobretaxas, tentou justificar seus atos mencionando o julgamento de Jair Bolsonaro — como se interferir no que é soberano de outro país fosse critério válido para sanções. Ridículo, e sobretudo perigoso.

Discurso na ONU

Na Assembleia Geral, Lula tem a chance de transformar a irritação em estratégia. Espera-se um discurso que faça dois recados ao mesmo tempo: um, calibrado e claro, para os EUA — defendendo relações entre Estados e chamando ao respeito mútuo; outro, firme para o público interno e internacional, sobre soberania, democracia e a independência do STF no julgamento do ex-presidente. Também será palco para abandonar a lógica do “Brasil como coadjuvante” em questões ambientais e climáticas — o país que vai sediar a COP30 quer ver compromisso real dos ricos com financiamento climático, não promessas vazias.

Além disso, Lula deve reforçar a aposta no multilateralismo e cobrar medidas concretas para preservação ambiental e transição energética. A proposta de financiamento por parte dos países ricos é central: não queremos esmolas, queremos responsabilidade histórica para combater as mudanças climáticas que atingem mais os povos do Sul. E, claro, há a guerra na Ucrânia — onde Lula, coerente com sua postura, seguirá defendendo um cessar-fogo e a busca por negociações, sempre questionando a lógica belicista que só alimenta interesses geopolíticos.

É bom lembrar: enquanto a direita festejava alianças e bajulava potências, o governo Lula volta a construir política externa com cabeça erguida e pauta nacional. Não é condescendência; é soberania. Não é teatro; é estratégia. E, para nós que lutamos por um projeto popular autêntico, isso importa: é possível disputar o mundo sem entregar o país às pressões do grande capital e de governos que só veem o Brasil como peça de xadrez.

A viagem de Lula a Nova York é, pois, sinal de que o Brasil não se curva facilmente. É hora de virar o jogo discursivo e material contra quem quer nos reduzir a mercado. Se Trump quiser conversar, Lula estará pronto — com firmeza, com dignidade e com o povo brasileiro em mente. Quem achou que era enfraquecimento, que se prepare: o projeto de um país mais justo caminha também pelo reconhecimento externo da nossa soberania e pelo combate às violências econômicas que tentam nos calar.

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