A Polícia Federal não veio brincar: foram apreendidos 14 veículos avaliados em R$ 6,3 milhões ligados a Antônio Carlos Camilo Antunes, o famoso “Careca do INSS”, no desmonte público do esquema que sangrou aposentados e pensionistas. Enquanto burocratas e oligarquias se acostumaram a normalizar a pilhagem, a operação Sem Desconto expõe, com números e garagem, a face escancarada do roubo organizado — e ninguém pode dizer que foi só “um erro administrativo”. Quem lucrou com descontos ilegais e propinas vai ter que explicar para quem realmente paga as contas neste país.
A PF detalhou apreensões em três fases: 23 de abril (oito veículos — cinco carros e três motos, R$ 2,1 mi), 20 de maio (cinco carros, R$ 3,2 mi) e 12 de setembro (um carro avaliado em R$ 932,7 mil). Antunes está detido desde 12 de setembro, apontado como um dos articuladores que viabilizou a máquina de descontos ilegais e repasses para entidades que cadastravam beneficiários sem autorização. Segundo a investigação, ele transferiu R$ 9,3 milhões entre 2023 e 2024 para pessoas ligadas a servidores do INSS — dinheiro que saiu do bolso dos mais velhos e foi parar nas contas de quem fez do serviço público um balcão de negócios.
Isso não é só sobre carros caros — é sobre o roubo de direitos básicos e da dignidade dos aposentados! Quem enriquecia às custas de quem vive de benefício social precisa ser responsabilizado, com prisão e ressarcimento do que foi desviado.
Carros e motos apreendidos (seleção e valores segundo FIPE)
Apreendidos em 23 de abril de 2025:
– Audi A3 SB Híbrido (2022/2023) — R$ 220.494; Volkswagen Polo Comfortline TSI (2020/2021) — R$ 79.719; Audi RS5 SPB 2.9 TFSI (2020/2021) — R$ 463.708; Porsche Taycan Turbo S Elétrica (2020/2021) — R$ 770.250; BMW X1 S20i M Sport (2024/2024) — R$ 312.999.
Apreendidos em 20 de maio de 2025:
– Porsche 911 Carrera GTS (2024/2024) — R$ 1.202.198; BMW M3 Competition (2022/2023) — R$ 635.891; BMW M135i Xdrive (2019/2020) — R$ 246.699; Porsche Panamera 4S Híbrido (2023/2023) — R$ 763.538; Land Rover Velar P340 HSE R-DYN (2020/2021) — R$ 384.538.
Apreendido em 12 de setembro de 2025:
– Porsche Cayenne S Coupe (2023/2024) — R$ 932.707.
Motos apreendidas em 23 de abril de 2025:
– BMW S 1000 RR (2024/2025) — R$ 121.609; Suzuki Hayabusa GSX 1300 (2023/2024) — R$ 106.177; Triumph Tiger 1200 XCA (2020/2020) — R$ 65.803.
Um detalhe incômodo para os mantenedores do status quo: o BMW X1 estava registrado, até pouco antes, no nome da esposa do ministro do Tribunal de Contas da União, Jhonatan de Jesus. Em nota, o TCU explicou que o veículo “havia sido vendido no dia 27 de março em negociação ‘intermediada por terceiro’ e que ‘nenhum contato direto foi mantido entre os proprietários e os compradores.'” (nota do TCU, assinada por Jhonatan de Jesus)
O caso ganhou ainda capítulos de armação burocrática: Antunes chegou a ser convocado para depor na CPMI do INSS e, depois de confirmar, recuou. O presidente da comissão, senador Carlos Viana, comentou com ironia a mudança de planos: “Certeza na vida a gente só tem com a morte. Essa não se escapa dela. Mas há uma boa conversa com o advogado… foi feito um trabalho bem interessante…” (Carlos Viana, presidente da CPMI). Não é surpresa que defensores do velho Brasil tentem negociar tempo e palco — quando a verdade vem à tona, o desconforto é grande.
Enquanto a direita corrupta e seus aliados midiáticos fingem indignação seletiva, o Brasil precisa lembrar quem realmente defende o serviço público e a proteção social. É nisso que nós, que acreditamos em estatais fortes e em reparação para quem foi lesado, devemos focar. Lula e o PT podem ser parte dessa mobilização ativa contra os negócios privatistas e a rapinagem; não como salva-vidas de um sistema, mas como agentes centrais para impulsionar uma nova etapa de luta anticapitalista que recupere direitos e responsabilize os saqueadores.
A conta não pode terminar apenas com manchetes e apreensões: tem de haver ressarcimento aos aposentados, punição exemplar e transformação das instituições para que nunca mais se permita o comércio de dados e benefícios. Senhores do patrimônio privado, bilionários de plantão, vocês que adoram o Estado quando é hora de receber contratos — agora aprendam o custo político e social de tratar vidas como mercadoria! Quem rouba do povo que paga; quem governa, que responda.