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15 julgamentos históricos do ministro Luís Roberto Barroso durante sua presidência no STF

Os dois anos de presidência do ministro Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal deixaram marcas que vão além das capas dos jornais: foram decisões que tocaram a economia, os direitos civis, a vida cotidiana e — sobretudo — a batalha pela democracia num país ainda assaltado pelo bolsonarismo e suas tentativas de normalizar o golpe. Aqui vão os pontos centrais desse período, com a franqueza que o momento exige. Nem o autoritarismo, nem o discurso do lucro acima da vida passarão sem resposta.

Trama golpista e o 8 de janeiro

A condenação, inédita, de réus envolvidos na tentativa de golpe, com o nome de Jair Bolsonaro entre eles, foi um marco histórico. Barroso acompanhou o julgamento da Primeira Turma e não hesitou em qualificar o momento. “Acredito que nós estejamos encerrando os ciclos do atraso na história brasileira, marcados pelo golpismo e pela quebra da legalidade constitucional. Sou convencido que algumas incompreensões de hoje irão se transformar em reconhecimento futuro” — disse o ministro ao fim do processo. Um divisor de águas? Sem dúvida. Mas não pense que a defesa da democracia se resolve no gabinete do Supremo: é luta para ser ampliada nas ruas e nas urnas!

Responsabilidade das redes sociais

O STF decidiu que plataformas digitais podem ser responsabilizadas por conteúdos ilícitos de usuários e precisam remover posts que configuram crimes mesmo sem ordem judicial. Bom para frear a desinformação e o ódio que alimentam a extrema direita — embora saibamos que regulação exige rigidez contra os gigantes do lucro e zelo pela liberdade popular.

Drogas, saúde e direitos individuais

A Corte estabeleceu uma linha prática: até 40 g de maconha ou seis plantas fêmeas configuram porte para uso pessoal — descriminalização parcial, com medidas educativas em vez de encarceramento. Sobre saúde, confirmou que Testemunhas de Jeová podem recusar transfusão por crença (com limites no caso de menores) e ordenou providências para atendimento de pessoas trans no SUS. Avanços que protegem indivíduos, mas que precisam caminhar junto à ampliação do sistema público de saúde.

Meio ambiente e Estado

O STF exigiu do governo federal um plano para combater queimadas e desmatamento na Amazônia, pressionando quem, por interesses econômicos e políticos, prefere lucro imediato à vida do planeta. Estado forte e ativo é antídoto contra devastação e privatizações predatórias. Cabe ao movimento popular vigiar e cobrar a execução dessas medidas.

Outras decisões relevantes: vedação de revistas policiais baseadas em aparência; obrigação de o Estado indenizar vítimas de balas perdidas em operações; rejeição da ideia das Forças Armadas como “poder moderador”; fim da prática de culpar vítimas em crimes sexuais; correção do FGTS pelo IPCA; validação da execução imediata de penas do júri; autorização para contratação de novos servidores via CLT (encerrando um litígio de décadas); homologação de acordo de reparação da tragédia de Mariana; e tese que permite símbolos religiosos em prédios públicos quando são expressão de tradição cultural.

Barroso, em sua despedida, buscou um tom conciliador: “Pacificação não significa as pessoas abrirem mão das suas convicções, dos seus pontos de vista, de sua ideologia. Pacificação tem só a ver com civilidade, respeitar o outro na sua diferença. Entender que quem pensa diferente de mim não é meu inimigo”, afirmou em discurso emocionado. Palavras bonitas — e necessárias —, mas que não substituem a combatividade política contra quem quer desmontar direitos e entregar o país ao mercado e aos bilionários.

O balanço é misto: o STF, na presidência de Barroso, deu passos importantes na defesa de direitos e da Constituição, freando pretensões autoritárias. Ainda assim, a democracia exige mais: instituições fortes, Estado presente, estatais soberanas e um projeto popular que desmonte as estruturas de poder conservador. A tarefa é clara: ampliar essas vitórias no terreno da política, fortalecer o movimento organizado e dar corpo a uma alternativa que não negocie o futuro do povo brasileiro com a ganância do capital. O juiz fez sua parte — agora é hora de unir resistência nas ruas, câmaras e sindicatos para transformar decisões em realidade social.

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