A decisão do ministro Alexandre de Moraes de revogar o bloqueio de perfis e canais associados à deputada Carla Zambelli — atualmente presa na Itália — é mais um capítulo dessa novela grotesca que mistura impunidade da extrema-direita, fuga da Justiça e a atuação firme das instituições republicanas. Moraes determinou que, no atual momento processual, não é necessário manter o bloqueio das redes sociais, mas exigiu a exclusão das postagens ilícitas que motivaram a medida e estabeleceu multa de R$ 20 mil por dia caso Zambelli volte a veicular conteúdo de ódio ou ataques às instituições. “no ‘atual momento processual não há necessidade da manutenção dos bloqueios determinados nas redes sociais, devendo, somente, ser excluída as postagens ilícitas que deram causa a decisão judicial” — Alexandre de Moraes.
Prisão de Zambelli
A trajetória da deputada licenciada é um retrato fiel do que chamamos de direita bolsonarista: coragem para atacar instituições quando tem microfone, covardia para responder à Justiça quando a decisão vira coisa séria. Condenada pelo STF pela invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Zambelli fugiu antes do trânsito em julgado e acabou presa nos arredores de Roma depois de entrar na difusão vermelha da Interpol. Hoje ela aguarda processo de extradição na penitenciária feminina de Rebibbia, sob o olhar atento da lei. As instituições não são brinquedo de extremistas!
O episódio expõe também o papel essencial do Estado e de suas estruturas em segurar o país diante de uma direita em decomposição moral e política. Enquanto bilionários e oligarquias de plantão torcem para a impunidade, o STF e demais órgãos cumprem seu papel — e devem ser apoiados por quem não quer ver o Brasil transformado em playground autoritário.
Crítica, choro e espetáculo
Na Câmara, Zambelli participou via videoconferência de uma audiência sobre seu possível cassação e fez espetáculo de vitimização: exibiu foto do filho, declarou ter desmaios e problemas de saúde e acusou Moraes de tirar as redes sociais de seus familiares. “Tirou as redes sociais do meu filho, tirou as redes sociais da minha mãe” — Carla Zambelli. Em tom melodramático, disse ter tido “oito desmaios” na prisão e relatou sintomas atribuídos à fibromialgia. Nada disso — por mais humano que seja seu sofrimento — apaga o fato de que ela enfrentou processo por crime eletrônico, fugiu e foi encontrada no exterior. Quanta coerência, hein?
Moraes fixou multa diária de R$ 20 mil para o caso de reincidência. A revogação dos bloqueios atinge empresas como Gettr, Meta, LinkedIn, TikTok, X, Telegram e YouTube, cujos advogados no Brasil foram notificados. É um recado claro: liberdade de expressão tem limites, sobretudo quando se transforma em ameaça à democracia por meio de desinformação e ódio. Direita deve ser desmantelada politicamente!
O pedido de perda de mandato de Zambelli tramita na comissão competente desde junho, e o processo seguirá pela CCJ para avaliar se há motivos para cassar o mandato. Lembrando a regra: um deputado perde o mandato quando há decisão transitada em julgado — ou seja, quando não cabem mais recursos. O caminho jurídico precisa ser respeitado, assim como a cobrança política por parte das forças populares.
Enquanto a direita se perde em teatrinhos e fugas, cabe à esquerda organizada — e aqui não falo apenas de eleição, mas de projeto popular profundo — fortalecer as instituições que garantem direitos e criar um bloco democrático capaz de enfrentar entreguistas e privatistas. Lula e o PT não são apenas alternativas eleitorais: são parte central de uma etapa necessária de recomposição da luta contra o capital e suas gangues políticas. Não vamos entregar o país aos mesmos que tentaram desmanchar estatais, entregar bens públicos e afundar a população no desemprego e na fome. O Brasil precisa de memória, justiça e mobilização!