A Procuradoria-Geral da República acaba de dar mais um capítulo a essa novela trágica protagonizada por Carla Zambelli e seu parceiro de crimes digitais, o hacker Walter Delgatti. Enquanto o Brasil clama por justiça e transparência, o circo bolsonarista insiste em atrair holofotes para um teatro de mentiras e manipulações. Agora, a Câmara dos Deputados prepara-se para ouvir Delgatti, que está cumprindo mais de oito anos de prisão, num processo que pode cassar o mandato da deputada fugitiva na Itália. Quem precisa de roteirista quando se tem essa peça grotesca?
O convite que revela o tamanho do escândalo
A defesa de Walter Delgatti confirmou que ele prestará depoimento por videoconferência nos dias 13 e 20 de agosto, convidado a depor no processo de cassação de Carla Zambelli. Segundo o advogado Ariovaldo Moreira, Delgatti comparecerá “na condição de testemunha de Zambelli”, embora ninguém acredite que ela esteja do lado da verdade. “Ele recebeu o convite formal da Câmara e irá colaborar com o que for necessário”, declarou o defensor. Após invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça em 4 de janeiro de 2023, inserir mandados falsos e espalhar documentos forjados, Delgatti desembarcou numa prisão de Tremembé, enquanto Zambelli segue fugida, desafiando o Estado de Direito.
Da invasão ao falso mandado contra Alexandre de Moraes
Em meio ao desespero bolsonarista, o hacker de Araraquara incluiu no sistema do CNJ um suposto mandado de prisão contra o ministro do STF Alexandre de Moraes, “assinado” por ele mesmo. O arquivo foi repassado à mídia aliada ao clã Bolsonaro e animou os acampados em frente a quartéis. Esse episódio não foi apenas uma sabotagem ao Judiciário, mas um atentado direto contra a democracia. A estratégia do bolsonarismo sempre foi clara: desconstruir instituições para manter-se no poder, custe o que custar.
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, de forma unânime, condenou tanto Delgatti quanto Zambelli. O objetivo? Desacreditar o Poder Judiciário e instaurar caos político. Ao contrário do que pregam os arautos da “liberdade plena”, aqui tivemos uma manobra criminosa que coloca em risco a Constituição. A deputada, ao incitar o hacker e compartilhar os mesmos documentos falsos em seu celular, demonstrou cumplicidade total, resultando em uma pena ainda maior — dez anos de prisão, além da perda automática do mandato.
Prisão, extradição e impunidade em xeque
Enquanto isso, Zambelli cumpre prisão domiciliar na Itália, à espera de decisão sobre seu pedido de extradição. O governo brasileiro pressiona Roma para que a parlamentar seja devolvida e responda pelos crimes cometidos. Até lá, ela segue licenciada do mandato, mas sem a influência parlamentar que tanto apreciava. Afinal, como alguém que se diz paladina da “transparência” foge justamente quando a justiça bate à porta?
“Não há espaço para impunidade em nenhum nível. Zambelli deve responder por seus atos, seja aqui ou no exterior”, afirma um procurador ouvido sob condição de anonimato. É justamente essa luta contra a impunidade que a direita golpista tenta sabotar a todo custo, promovendo narrativas fantasiosas e mobilizando suas milícias digitais.
Em meio a esse cenário, cabe à Câmara e ao Supremo manter a firmeza necessária para não vacilar diante das pressões reacionárias. O depoimento de Delgatti pode trazer luz sobre as articulações por trás daquela invasão e ajudar a desmontar de vez o esquema de desinformação que alimenta os rancores de extrema-direita.
No fim das contas, o que está em jogo não é apenas a cassação de um mandato, mas a própria credibilidade do nosso sistema democrático. Se deixarmos passar a banalização de ataques às instituições, amanhã o alvo pode ser qualquer um de nós — inclusive o PT e as forças populares que sonham com um Brasil justo e soberano. A tocha da resistência segue acesa, e não dá para piscar diante de incendiários disfarçados de defensores da “liberdade”.