O Ministério das Relações Exteriores abriu mais uma frente de combate contra a ingerência externa: na sexta-feira (8), o Itamaraty convocou Gabriel Escobar, encarregado de Negócios da Embaixada dos Estados Unidos, para cobranças e explicações sobre a nota em que Washington ameaçou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A atitude indica que o governo Lula–Alckmin não aceita mais passivamente as intromissões do imperialismo ianque, que já passou dos limites ao usar a Lei Magnitsky para sancionar Alexandre de Moraes e “observar de perto” possíveis aliados no STF.
Choque diplomático e resposta dura
Escobar foi recebido pelo embaixador Flávio Goldman, responsável interino pela secretaria da Europa e América do Norte. No encontro, o Itamaraty deixou claro que a soberania nacional não é negociável. Essa convocação deixa claro que o Brasil não aceitará chantagens de fora. A equipe do presidente Lula classificou a nota americana como “ameaça descabida e absurda, algo inaceitável, por atacar a soberania nacional ao ameaçar ministros do STF de serem também sancionados.”
“A nota é uma ameaça descabida e absurda, algo inaceitável” – equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O tom das postagens da Embaixada foi considerado ofensivo e ultrajante. A nota original em inglês anunciava o “monitoramento de perto” de qualquer outro ministro do STF que seguisse caminhos semelhantes aos de Moraes, hoje sob o chapéu da controversa Lei Magnitsky. Esse instrumento, criado para punir violadores de direitos humanos e corruptos de grande escala, foi descaradamente retorcido para manobra política.
Histórico de provocação
Não foi a primeira convocação de Escobar: essa já é a terceira desde que os desentendimentos entre Trump e o Brasil azedaram. Na gestão anterior, Elizabeth Frawley Bagley deixou o posto de embaixadora sem conseguir conter a escalada de ameaças. Depois dela, o subsecretário Darren Beattie também produziu declarações semelhantes, traduzidas e repassadas nas redes sociais da Embaixada.
Enquanto isso, Gabriel Escobar buscava aparar arestas em Brasília. Nesta quinta-feira, ele conversou com o vice-presidente Geraldo Alckmin sobre o famigerado “tarifaço” — a pressa do governo estadunidense em empurrar acordos comerciais que apenas beneficiam seus próprios conglomerados. A ilustração perfeita do clássico protecionismo disfarçado de livre-comércio!
Precisamos derrubar de vez essa tutela imperialista que insiste em ditar regras sobre nossa soberania!
O Brasil, longe de se render a chantagens e ditaduras judiciais, reafirma seu compromisso com o multilateralismo e o respeito às instituições. A convocação de Escobar demonstra que o governo popular não hesita em enfrentar os tubarões do norte quando estes ameaçam nossa democracia.
Mais do que meras trocas protocolares, esses atos diplomáticos servem de alerta: quem paga de “amigo” mas insiste em intervir nos nossos poderes é desafiado de peito aberto. É hora de fortalecer a luta por um projeto nacional que coloque os interesses da classe trabalhadora acima dos lucros dos bilionários estrangeiros.