O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou no Acre e, entre anúncios de investimento, deu um tapa na cara da canalhice parlamentar: deputados e senadores que ocuparam as Mesas Diretoras da Câmara e do Senado deveriam perder os mandatos. Não é bronca de sala de aula — é a resposta que a política séria precisa dar aos que transformaram o plenário num palco de teatro do absurdo para proteger um condenado. A ofensiva bolsonarista contra instituições não pode ser normalizada nem tratada como “mais um embate político”.
O palco da provocação e a reação do governo
A ocupação das mesas foi reação direta à decisão do ministro Alexandre de Moraes de decretar prisão domiciliar para Jair Bolsonaro; gesto que expôs, mais uma vez, o quanto o bolsonarismo aposta na farsa para confundir a população. “E você, Petecão, por favor, não assine o pedido de impeachment do Alexandre de Moraes porque ele está garantindo a democracia. Quem deveria ter o impeachment são esses deputados e senadores que ficam tentando fazer greve para não permitir que funcione a Câmara e o Senado, verdadeiros traidores da pátria”, declarou Lula, mirando o senador Sérgio Petecão (PSD-AC). Que fique claro: isso não é só retórica presidencial — é a denúncia de quem vê nas manobras uma tentativa de paralisar o estado, proteger um ex-presidente acusado e abrir caminho para o esfarelamento das regras democráticas.
O espetáculo no Congresso não é trivial. Parlamentares bolsonaristas pressionam o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), para pautar o impeachment do ministro Alexandre de Moraes e vasculham assinaturas tentando forçar um processo que visa punir quem age para preservar o Estado de Direito. Alcolumbre falou com exclusividade à jornalista Andreia Sadi que a decisão cabe a ele, no exercício de suas prerrogativas constitucionais. Segundo Alcolumbre, o impeachment de um ministro do STF não é “uma questão meramente numérica, mas de uma avaliação jurídico-política que envolve justa causa”. Ou seja: enquanto a direita berra, o presidente do Senado lembra o básico — e necessário — filtro jurídico.
Quem deveria ser alvo do processo são os que sabotam o funcionamento das instituições públicas para proteger um líder que transformou o ódio num projeto político. O que estamos vendo é uma turma que prefere selfies e bilhetinhos de ódio a debates, que confunde celular com mandato e circo com Câmara dos Deputados. Lula não deixou barato: criticou o nível do parlamento, mandou lembranças aos que confundem representação com performatividade nas redes e voltou a sublinhar que não permitirá o retorno daqueles que semearam a violência política.
A lembrança de que Alexandre de Moraes e Lula foram alvos de plano de assassinato não é detalhe menor: demonstra o tamanho do risco e a perversidade da onda autoritária que nos ameaça. O fato reforça a necessidade de proteger instituições, garantir soberania popular e responsabilizar quem transforma o Congresso em bastião de impunidade. Aqueles crápulas que governaram esse país não voltarão jamais a governar esse país. Lula anunciou também que, se tiver condições de saúde, será candidato em 2026 — e avisou que o Brasil precisa varrer o ódio impregnado na sociedade.
É hora de escolher lado: ou nos rendemos ao espetáculo autoritário, às privatizações e aos bilionários que financiaram essa ofensiva, ou nos organizamos para recuperar o país para o povo. O governo Lula e o PT se apresentam como canal dessa resistência — não apenas como alternativa eleitoral, mas como motor de um projeto que defende estatais, políticas públicas e direitos sociais. A tarefa é grande, o tempo é curto, e a militância tem de estar à altura do perigo. Quem normaliza essa agressão às instituições ajuda a direita a destruir o país; quem reage, organiza e luta constrói uma saída popular e democrática. Quem vai ficar do lado de cá?