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Tarifaço de Trump: governo prevê plano de contingência com crédito, adiamento de tributos e compra de alimentos

O anúncio do chamado “tarifaço” de Trump — que elevou para 50% a alíquota sobre exportações brasileiras — colocou o governo Lula em modo de contenção. O presidente descartou trocar telefonemas de conciliação com o mandatário americano e afirmou que vai buscar respostas coletivas, discutindo a crise com parceiros do BRICS: a diplomacia operando na ponta oposta da arrogância imperialista! Enquanto isso, o Planalto acelera um pacote de medidas para segurar empregos, proteger empresas e evitar um desastre que a direita global e seus bilionários adorariam transformar em oportunidade de liquidação do setor público.

“O objetivo do pacote é dar fôlego aos setores afetados pelo tarifaço e proteger a economia e os empregos”, dizem integrantes do Executivo, que prometem apresentar a Lula uma lista de medidas já na segunda-feira (11) e anunciar o pacote até a terça (12). Entre as propostas emergem três frentes principais: linhas de crédito, adiamento de tributos e compras públicas de perecíveis — medidas pragmáticas para uma emergência econômica causada por uma política protecionista e selvagem dos EUA.

Linhas de crédito

O governo estuda lançar ao menos duas linhas de crédito para empresas afetadas — destinadas a capital de giro e investimentos. Serão priorizados exportadores diretos para os EUA e empresas indiretamente expostas ao choque das sobretaxas. Uma das modalidades, que cobre capital de giro, não terá destinação atrelada, o que dá margem para as empresas aplicarem o recurso conforme necessidade imediata.

A lógica aqui é simples: segurar a produção e os empregos agora, para não pagar um preço social mais alto depois. É hora de proteger a produção nacional e não bancar os lucros dos bilionários do outro lado do mundo! Essas linhas, se bem desenhadas, podem evitar falências em cadeia e reduzir o impacto sobre a população trabalhadora — exatamente o oposto do que a agenda privatista e cortes promovidos pela direita sempre buscou.

Adiamento de tributos

Como já ocorreu na pandemia, o pacote pode prever o adiamento de cobranças de tributos e contribuições federais por até dois meses. É uma medida emergencial, que concede liquidez imediata às empresas e alivia o aperto causado pelo aumento abrupto dos custos de exportação. Esta é uma resposta técnica e necessária — não caridade aos empresários, mas proteção para a economia real.

“Podemos adiar tributos por até dois meses, em ação similar às medidas tomadas durante a pandemia”, afirmam fontes do governo, mostrando que o Estado tem instrumentos para amortecer choques externos quando há vontade política.

Compras públicas de perecíveis

Uma das ideias mais interessantes — e com potencial de duplo ganho social — é a compra governamental, sem licitação, de mercadorias perecíveis produzidas por setores atingidos: peixes, frutas, mel e outros alimentos estocados após o anúncio do tarifaço. A proposta contempla direcionar esses produtos para programas sociais, merendas e restaurantes populares, evitando desperdício e fortalecendo redes públicas de alimentação.

“A compra de alimentos pode contemplar a merenda escolar, garantindo destino e evitando perda de estoques”, sinalizou Gleisi Hoffmann, ministra das Relações Institucionais. Mas membros do Executivo avaliam expandir para outras frentes, já que alguns programas de merenda têm abastecimento garantido e a compra ampliada poderia ser melhor usada em restaurantes populares e auxílio emergencial alimentar.

Quem paga a conta são os trabalhadores, mas quem decide são os poderosos — vamos inverter essa lógica! São propostas que resgatam o papel do Estado como garantidor do bem-estar e como comprador estratégico, em defesa do emprego e da produção nacional.

Lula e o PT têm a chance de transformar um ataque econômico externo numa demonstração prática de solidariedade social e de recuperação do Estado como instrumento de proteção popular. Não basta colocar paliativos: é hora de fortalecer setores estratégicos, combater o entreguismo e colocar a política a serviço do povo. Se o mundo quer guerra comercial, responderemos com unidade regional, políticas públicas fortes e defesa dos interesses nacionais e dos trabalhadores!

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