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Tarifaço dos EUA: Dados do Impacto e Plano de Contingência Agitam Primeira Semana da Sobretaxa

A sobretaxa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, em vigor desde 6 de agosto, acendeu o alerta no setor exportador e no próprio governo. É um ataque deliberado que atinge café, frutas, pescado e outros itens — cerca de 36% das exportações brasileiras para os EUA, ou US$ 14,5 bilhões em 2024 — e que já mostra sinais de arrefecimento das remessas nas últimas semanas. Diante disso, a resposta do Estado será decisiva: mais do que salvar empresas, é preciso proteger empregos, renda popular e a soberania econômica do país contra a chantagem externa apoiada pela direita golpista.

Impacto imediato e sinais perigosos

Os primeiros números oficiais vão dizer muito: cada empresa registra suas operações no sistema do governo, e o balanço da semana que encerrou julho trouxe uma queda na média de exportação para os EUA, segundo a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). “Era um sintoma porque este ano, de março até o mês de julho, a média de exportação foi superior a R$ 1,4 bilhão, e, nessa última semana, chegou a R$ 1,4 bilhão. Então, na verdade, já mostrou que o fôlego estava acabando e deve começar a cair o preço e a quantidade também” — José Augusto de Castro. O diagnóstico cru: o panorama “não é bom”, nas palavras do presidente-executivo da AEB.

Não se trata de uma resposta técnica neutra: esse tarifaço tem fundo político! A revista The Economist chegou a dizer que as medidas americanas são mais ameaça do que impacto real e que resultam de retaliação política à situação jurídica de Jair Bolsonaro. Ou seja: enquanto a direita quer enfraquecer o Brasil, exige-se do nosso governo uma reação firme e soberana. Não aceitaremos que interesses externos e oligarquias conservadoras decidam o destino do trabalho e da produção nacional.

Plano de contingência: medidas e urgência

O Executivo corre contra o relógio para anunciar um pacote de mitigação que, dizem fontes, incluirá linhas de crédito, adiamento de tributos e compras públicas de perecíveis — medidas pensadas especialmente para micro, pequenas e médias empresas. O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que será um “programa bem amplo”. “Lançaremos um programa bem amplo” — Geraldo Alckmin. Alckmin até cancelou agendas em São Paulo para participar das definições em Brasília com o presidente Lula e o ministro Fernando Haddad.

Na avaliação técnica, as ajudas precisam ser direcionadas e temporárias, voltadas aos que realmente sofrerem impacto, e coordenadas entre União, estados e municípios. “O peso do problema será o peso do Estado para resolvê-lo” — Carla Beni, lembra a economista da FGV, propondo medidas que escutem os setores afetados e estipulem prazos claros. O economista Robson Gonçalves, também da FGV, pede ainda que a resposta inclua uma política de comércio exterior de médio e longo prazo, com intensificação da agenda de diversificação de mercados. “Algo que não se improvisa, mas que precisa ser discutido o mais rapidamente possível, de maior intensificação da agenda de diversificação” — Robson Gonçalves.

É hora de o Estado intervir forte: crédito, compra pública e proteção dos empregos não são favores — são obrigações de um governo que se coloca contra a lógica dos mercados e dos bilionários de direita.

A tarefa é dupla: mitigar o choque imediato e ao mesmo tempo aproveitar a crise para construir uma política externa e de comércio que rompa com a dependência e proteja nossa produção e trabalho. Lula e o seu ministério têm a oportunidade histórica de mostrar que o Estado pode e deve ser um instrumento de defesa popular — não um capacho das elites internacionais. Ficar de braços cruzados é aceitar a chantagem; reagir com hesitação é entregar terreno à direita. É preciso ação rápida, coordenada e com a classe trabalhadora no centro das decisões.

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