luta socialista

PF abre novo inquérito para investigar Bolsonaro por associar Lula a ditador Bashar al-Assad em campanha difamatória

O ex-presidente Jair Bolsonaro ganhou mais um capítulo em sua comédia-judiciária: a Polícia Federal abriu novo inquérito para apurar se ele cometeu crime contra a honra do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao difundi-lo, por meio de uma imagem em aplicativo de mensagens, como comparável ao regime de Bashar al-Assad e associado a execuções de pessoas LGBT+. Tudo isso enquanto o político segue se esquivando de limites impostos pelo Supremo Tribunal Federal — motivo que o fez deixar a sede do PL, em Brasília, no dia 18 de julho de 2025, e voltar para casa sob as tais “medidas restritivas”. Não é surpresa: quando a velha extrema-direita não tem argumento, fabrica calúnia.

O documento que motivou o inquérito foi encaminhado à Polícia Federal em 7 de julho pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, a partir de uma denúncia. Segundo o ofício ao qual o g1 teve acesso, o que se investiga é a divulgação de uma montagem que associa o presidente Lula ao ex-ditador sírio, imputando-lhe responsabilidades por “execuções de pessoas LGBT+”. A peça de desinformação foi compartilhada em um aplicativo de mensagens — o mesmo terreno fértil onde a milícia digital bolsonarista vomita suas mentiras diariamente.

É oportuno lembrar aqui que, conforme trecho trazido na própria matéria original, “Em dezembro de 2024, o ex-presidente Bashar al-Assad deixou Damasco após quase 25 anos no poder, em uma ofensiva rebelde relâmpago que deu início a um período de transição.” Realidade ou fantasia geopolítica, o ponto é outro: Bolsonaro recorre a comparações grosseiras e infundadas para tentar tanger sua base com medo e ódio. A estratégia é antiga: desumanizar o adversário, semear pânico moral e torcer para que a lama viralize antes que a verdade chegue.

Difundir calúnia contra o presidente da República é crime, mesmo no país onde a extrema-direita acha que a impunidade é um troféu. A abertura do inquérito pela PF segue o rito legal; conforme a lei, cabe ao ministro da Justiça pedir a investigação de possíveis crimes contra a honra do chefe do Executivo. Procedimento protocolar? Sim. E necessário, se queremos que a democracia respire sem que a mentira seja tratada como argumento político.

Não se trata apenas de uma briga pessoal entre Bolsonaro e Lula. Trata-se de preservar a esfera pública contra práticas deliberadas de difamação e incitação. Quando figuras políticas recorrem à associação com regimes ditatoriais e crimes hediondos sem qualquer evidência, o objetivo não é informar — é destruir reputações e polarizar ainda mais. E quem melhor encarna esse tipo de política de destruição do tecido público do que a direita bolsonarista, que sempre preferiu caos a debate?

Como militante e jornalista, não posso deixar de apontar a hipocrisia: enquanto a direita clama por “liberdade de expressão” quando convém, ela não hesita em instrumentalizar mentiras para arrostar instituições e perseguir minorias. A associação caluniosa entre Lula e execuções de pessoas LGBT+ atinge diretamente comunidades já vulneráveis e alimenta ódio que já deixou marcas reais no Brasil. É uma arma política suja — e deve ser tratada como tal.

Que a investigação da Polícia Federal cumpra seu papel com transparência e celeridade. Que os órgãos de imprensa, as plataformas e a própria sociedade demonstrem firmeza em não normalizar o alarde gratuito. E que a esquerda, organizada e combativa — a verdadeira vanguarda contra o retrocesso — aproveite cada tentativa de ataque para fortalecer as bases populares, denunciar as estruturas de mentira e construir uma alternativa realmente transformadora. Afinal, não é hora de recuar diante do ódio; é hora de responder com organização, verdade e luta.

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