Em meio à investida imperial de Donald Trump, que resolveu vestir a toga de “xerife do mundo” ao sancionar o ministro Alexandre de Moraes, o governo Lula escolheu a prudência como arma. Não por covardia, mas por sabedoria estratégica: responder duro, sim, mas sem se deixar arrastar para o espetáculo pirotécnico de provocações que só alimenta crises desnecessárias. Afinal, não estamos aqui para bancar o “bate-boca” que agrada à extrema direita e derrete nossos ganhos comerciais.
Diplomacia firme contra o “imperador” dos EUA
Ao convocar sua equipe, Lula deixou claro que a sanção via Lei Magnitsky é inaceitável. A maioria do núcleo de ministros defendia uma nota oficial vigorosa, denunciando a arbitrariedade de Washington: “Como ousam punir um dos pilares do STF?”, indagavam, revoltados. Mas o presidente ponderou: é melhor evitar que o cerco tarifário se transforme em cachecol de fogueira, ameaçando setores-chave como café e carnes que escaparam da guilhotina de 50% criada pelo “comandante Trump”.
Entre as orientações passadas, a mais contundente foi manter o discurso institucional: criticar sem hostilizar diretamente o mandatário americano. Assim, o Supremo Tribunal Federal também assinou nota em defesa de Moraes, mostrando unidade entre Executivo e Judiciário. O recado é claro: “O Brasil não se curva às intimidações de Washington!”
Imperialismo moderno: táticas de intimidação e retaliação
Nos bastidores, a avaliação é uníssona: Trump age como um imperador que dita sua vontade aos pequenos. “Sancionamos o ministro? Então vocês pagam preço em tarifas”, bradou a Casa Branca em tom ameaçador. Mas quem disse que recuar é opção? Ainda que preconizemos a negociação como via prioritária, não nos omitimos diante de um gesto neocolonialista.
“O momento é de não escalar a crise, mas de manter as portas abertas para que as negociações continuem.” disse Fernando Haddad após a reunião, reforçando a linha de frente do governo.
Em sua ordem executiva, Trump deixou subentendido que novas medidas podem surgir caso o Brasil tente retaliar mais. Coisa de quem não aceita ser contestado — como se nosso país ainda vivesse sob o tacão de outras potências. Será que ele acredita que nós vamos ficar passivos assistindo, enquanto nossa soberania é estapeada?
Resolveremos no campo diplomático, mas sem abrir mão da nossa soberania!
A combinação entre firmeza e inteligência política desarma o discurso da direita radical, que já assopra as brasas de uma crise bilateral para tentar desgastar o governo petista. Enquanto isso, o Brasil segue trabalhando: Lula e Haddad sabem que o jogo de cena de Trump pode ser modulado pela pressão interna americana, desgastada pela própria opinião pública e por crises domésticas.
Ao final, a cartada é mostrar que não nos deixamos intimidar por imposições externas nem pelourinhos tarifários. Com o diálogo sempre aberto, o governo mira em reverter o tarifaço sobre produtos estratégicos e garante ao empresariado e aos trabalhadores que a estratégia é manter nossas linhas de exportação ativas. Se Trump quer jogar duro, encontrará do outro lado uma resposta à altura: diplomacia soberana, respaldo político dentro e fora do Brasil, e um compromisso inabalável com a nossa independência.