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“Qual o risco de uma criança de 10 anos? Alexandre Padilha denuncia ataque político dos EUA à sua família”

A decisão da administração Trump de cancelar os vistos da mulher e da filha de Alexandre Padilha é mais do que um ataque pessoal: é um gesto político escancarado, uma pressão externa que busca intimidar e deslegitimar políticas públicas brasileiras populares que incomodam a direita internacional e seus aliados domésticos. Enquanto a família sofre o vexame de ser punida sem explicação concreta, a linha de frente do governo Lula é alvo de uma campanha que mistura retórica anticomunista com interesses geopolíticos e ressentimento ideológico.

“As pessoas que fazem isso e o clã Bolsonaro, que orquestra isso, têm que explicar. Não para mim, não só para o Brasil, mas para o mundo inteiro: qual o risco de uma criança de 10 anos de idade pode ter para o governo americano? Estou absolutamente indignado com essa atitude covarde” — Alexandre Padilha, ministro da Saúde. Padilha não foi atingido diretamente porque seu visto estava vencido desde 2024, mas a mensagem é clara: atingir parentes para tentar desestabilizar reputações e políticas. É uma agressão política inaceitável!

O motivo alegado pela embaixada americana foi nebuloso. “O Programa Mais Médicos foi um ‘golpe diplomático’ que explorou médicos cubanos, enriqueceu o regime cubano corrupto e foi acobertado por autoridades brasileiras e ex-funcionários da Opas” — comunicado atribuído à Embaixada dos Estados Unidos em Brasília/Agência para as Relações com o Hemisfério Ocidental. Essa narrativa é tão conveniente quanto falsa: o Mais Médicos foi uma política pública que levou profissionais para onde o mercado não ia, e hoje cerca de 95% dos médicos no programa são brasileiros. Tentar reduzir tudo a um ataque à Cuba é tapa-olho retórico para esconder um objetivo político mais amplo — desacreditar o governo Lula e seu projeto de Estado forte.

Parte dessa campanha já vinha sendo tocada: na semana, o Departamento de Estado revogou vistos de funcionários do Ministério da Saúde ligados ao Mais Médicos, como Mozart Julio Tabosa Sales e Alberto Kleiman. E o episódio das visas canceladas de autoridades brasileiras — inclusive figuras do Judiciário e do Ministério Público em outras decisões dessa mesma administração — mostra que há uma pauta americana de punição seletiva. Quem realmente incomoda são as políticas que fortalecem o SUS, as estatais e a soberania nacional; esses são alvos legítimos para bilionários e grupos ultraconservadores, que preferem um Brasil submisso.

“Minha filha tem 10 anos e ela sequer tinha nascido quando eu criei o Programa Mais Médicos — e com muito orgulho. Criei esse programa em 2013… fomos em vários países do mundo para ver o que o mundo fazia para trazer médicos para áreas que não tinham condições” — Alexandre Padilha. Há ironia nesse tipo de acusação: os mesmos Estados que agem com impunidade nas crises globais agora se colocam como juízes morais de programas sociais que salvaram vidas. E por que países europeus e aliados com parcerias médicas com Cuba não sofreram as mesmas sanções? Padilha apontou a contradição: a Itália, por exemplo, manteve médicos cubanos sem ser punida — prova de que o que existe aqui é uma operação política, não coerência diplomática.

A direita brasileira e seus clãs, que tanto festejaram esse tipo de pressão externa, mostram sua verdadeira face: a submissão aos interesses estrangeiros e a chantagem geopolítica em nome de ataques ideológicos. Nós, que defendemos um Brasil soberano e comprometido com a saúde pública, não podemos aceitar que vidas e famílias sejam usadas como moeda de barganha para retórica antipopular.

O Mais Médicos, criado sob o esforço técnico e político de equipes comprometidas com o povo, não será apagado por retaliações. “O programa salva-vidas e é aprovado por quem mais importa: a população brasileira” — Alexandre Padilha. Que fique claro: a luta pela saúde pública é parte central da batalha contra a direita e seus tentáculos internacionais. Não vamos nos curvar aos bilionários e às suas embaixadas. A solidariedade ao ministro e à sua família deve se transformar em organização política para defender o SUS, as estatais e a independência do Brasil frente a tentativas de intimidação.

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