A demora no retorno do julgamento de Carla Zambelli pelo STF escancara o tratamento diferenciado que bolsonaristas fanáticos esperam receber da mais alta Corte do país. Enquanto Nunes Marques atende ao apelo da base golpista, protelando decisões cruciais, a democracia patina num carrossel de impunidades. Agora, com o processo devolvido ao plenário virtual, é hora de cobrar rigor e punir a deputada que ameaçou a vida de um cidadão de bem às vésperas da eleição!
Violência de campanha e impunidade de direita
Carla Zambelli, já condenada a 10 anos por invasão hacker ao CNJ, voltou aos holofotes ao sacar uma arma para perseguir um apoiador de Lula nas ruas de São Paulo, em outubro de 2022. As cenas, gravadas em vídeo, mostram a deputada perambulando armada por um bairro nobre e adentrando estabelecimentos comerciais sob o pretexto falso de legítima defesa. Como admitir que quem defende a legalidade use a lei para intimidar adversários políticos? Em vez de cumprir o mínimo de decoro, Zambelli veste o jaleco de justiceira para exibir o faroeste autoritário de quem se acha acima da Constituição.
Antes da suspensão do julgamento, seis ministros já haviam condenado a parlamentar: Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Flávio Dino, Cristiano Zanin e Dias Toffoli. As penas somam 5 anos e 3 meses, com sanções draconianas – perda do mandato, cassação definitiva do porte e envio da arma ao Exército. É hora de enterrar de vez a cultura do silêncio diante da truculência bolsonarista!
“A acusada adentrou um comércio armado, gerando inequívoco perigo concreto aos frequentadores do local,” afirmou o relator Gilmar Mendes, ressaltando a “grave reprovabilidade” do ato. E não é qualquer contravenção: trata-se de um crime que expõe a população à violência neoliberal disfarçada de patriotismo de araque.
O olhar indignado do STF
Para o ministro Flávio Dino, há uma “contradição insanável” entre o papel institucional de um deputado e o de algoz armado nas ruas. Como confiar em quem prega o respeito à democracia enquanto desrespeita o direito à segurança de um cidadão comum? Cármen Lúcia destacou o constrangimento ilegal – impedir alguém de ir e vir é atacar a própria essência da liberdade. Alexandre de Moraes e os demais acompanharam esse entendimento, reforçando a urgência de uma resposta firme.
Enquanto isso, Zambelli faz piruetas jurídicas para alegar autodefesa. Em nota, seu advogado agradeceu a Nunes Marques pelo “mais tempo de reflexão”. Ou seria mais tempo para articular a próxima manobra protelatória? A deputada afirma que sofreu ameaças da “esquerda” após ter seu telefone vazado. Mas não há registro que justifique puxar um revólver e transformar uma rua em cenário de faroeste!
A saga da bolsonarista que fugiu para a Itália e foi presa lá nesta semana deveria servir de alerta: a lei alcança (finalmente) quem se julga intocável. E não estamos falando de “perseguição política”, mas de respostas proporcionais a uma escalada de violência orquestrada contra adversários do fascismo verde-oliva.
Às vésperas do segundo turno de 2022, Zambelli transmitiu ao vivo uma cena de medo e intimidação. O episódio não foi improviso: faz parte do pacote autoritário que a extrema direita tenta naturalizar, transformando arma em acessório de campanha. Se o STF confirmar a maioria de votos, além de perder o mandato, ela acumulará mais uma condenação criminal – prova de que não existe “direito de direita” acima da lei.
A retomada do julgamento no plenário virtual, a partir do dia 15, é um teste de credibilidade para o STF. Se mais um pedido de vista não surgir, veremos se a Corte encara de frente a escalada autoritária ou cede à chantagem de deputados bolsonaristas. A democracia brasileira depende dessa decisão: punir o fanatismo armado ou perpetuar a impunidade política.