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Aprovação de Lula cresce entre pobres e Nordeste; direita mantém forte rejeição no Sul e Sudeste, mostra pesquisa Quaest

A nova pesquisa Quaest, divulgada nesta quarta-feira (20), coloca na mesa um quadro político ainda tensionado: 51% da população desaprova o governo Lula e 46% aprova — mas esses números escondem movimentos importantes nos estratos sociais e regionais. Enquanto a direita histérica e seus arautos de rede continuam a gritar nas capitais, o trabalho do governo reconquista terreno entre os setores mais pobres, no Nordeste e em parcelas decisivas da sociedade. Os dados foram colhidos entre 13 e 17 de agosto, com 12.150 entrevistas, margem de erro de 2 pontos e nível de confiança de 95%; a pesquisa foi encomendada pela Genial Investimentos e realizada pela Quaest.

“O governo Lula teve a melhor avaliação desde janeiro por conta da queda da inflação nos alimentos e da reação ao tarifaço de Trump”, disse Felipe Nunes, diretor da Quaest.

O que mudou e para quem

A principal notícia é que o governo recuperou apoio entre os mais pobres: entre famílias com renda de até 2 salários mínimos, a aprovação saltou para 55% (eram 46% em julho), enquanto a desaprovação caiu para 40%. Esse é um sinal claro: quando o bolso aperta menos, o povo reconhece políticas que realmente impactam a vida das pessoas. No Nordeste, a aprovação subiu sete pontos e alcançou 60%, enquanto a desaprovação caiu para 37% — derrota estrepitosa para o discurso golpista e antipovo que ecoa no Sul e no Sudeste.

Na outra ponta, continua o óbvio político: Sul e Sudeste mantêm fortes núcleos de rejeição ao PT. O Sul bateu 61% de desaprovação; no Sudeste a desaprovação é de 55% contra 42% de aprovação. É lá que a direita empresarial e midiática concentra sua ofensiva, mas os avanços nas regiões populares mostram que a hegemonia conservadora não é eterna.

Gênero e idade mostram nuances: entre mulheres, empate técnico com 48% de aprovação; entre homens, a aprovação cresceu e a distância entre aprovações e desaprovações caiu — reflexo da disputa política acirrada. Os idosos (60+) viraram a chave, agora aprovando o governo por 55% contra 42% de desaprovação — significativo para quem imaginava que aposentados seriam terreno seguro da direita.

Escolaridade e renda: curiosamente, quem tem ensino fundamental passou a aprovar o governo (56%). Já entre universitários a desaprovação subiu para 56%. A direita cultiva a narrativa anti-PT sobretudo em camadas médias e altas; o que vemos é que o PT recupera base material nas classes populares, exatamente onde se decide a vida de milhões.

Religião e benefícios sociais
A avaliação entre católicos melhorou (54% aprovam), enquanto evangélicos seguem como base de resistência: 65% desaprovam. Entre beneficiários do Bolsa Família a aprovação subiu para 60% — prova prática de que programas sociais continuam sendo fator decisivo na legitimação popular do governo.

Voto e polarização
Entre quem votou em Lula no 2º turno de 2022, a aprovação está em 79%; entre eleitores de Bolsonaro, 92% desaprovam. Entre os que não votaram ou anularam, a desaprovação caiu de 61% para 57% e a aprovação subiu de 31% para 39% — abrem-se brechas para trabalho político e recuperação de apoio.

Os números são claros: apesar da artilharia conservadora e da ofensiva midiática, o governo consegue articular ganhos reais em setores-chave. É o efeito de políticas públicas que tocam a vida cotidiana e de uma resistência popular que responde a ataques como o “tarifaço” de Trump.

O desafio segue monumental: transformar essas oscilações em hegemonia política exige mobilização social, fortalecimento das estatais, combate às privatizações e projeto de esquerda que dê conta das demandas populares. A direita segue armada com os privilégios e a narrativa do ódio — mas os dados mostram que não são intocáveis. Quem quiser derrotar o bolsonarismo precisa, antes de tudo, disputar corações e lares com propostas concretas e coragem política.

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