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Bolsonaro completa um mês em prisão domiciliar entre visitas de aliados, exames médicos, indiciamentos e vigilância reforçada

Há um mês Jair Bolsonaro cumpre prisão domiciliar determinada pelo ministro Alexandre de Moraes — e o espetáculo de impunidade em traje de cidadão comum está longe de acabar. Enquanto o julgamento no Supremo Tribunal Federal sobre a tentativa de golpe de 2022 arrasta-se e é retomado aos trancos, as investigações paralelas vão fechando o cerco: provas, indiciamentos e monitoramento intensificado. Quem imaginou que a direita se reabilitaria com um tornozeleira e visitas de aliados, enganou-se feio!

Prisões, monitoramento e rotina vigiada

A prisão domiciliar foi imposta em 4 de agosto por Moraes, relator dos inquéritos envolvendo o ex-capitão. A justificativa judicial foi o descumprimento de medidas cautelares fixadas em julho — sobretudo o uso das redes sociais, palco favorito da militância bolsonarista e do pânico reacionário. O magistrado entendeu que havia risco real de obstrução e de influência indevida sobre o processo. Resultado: tornozeleira, visitas autorizadas e vigilância apertada na casa conhecida como Solar de Brasília.

Da parte da defesa, a velha ladainha: nega descumprimento, garante colaboração e pede reconsideração. Mentem? Talvez — mas o que mais preocupa não é a narrativa dos advogados e sim os fatos que chegaram à Polícia Federal. O segundo dia de julgamento, aliás, foi simbólico: nenhum dos oito réus compareceu! Como explicar isso? Desdém pela Justiça ou estratégia para ganhar manchetes? Qualquer que seja a resposta, escancara desrespeito.

Novas provas, indiciamento e o racha da direita

Em 20 de agosto, novas provas fizeram a PF indiciar Jair Bolsonaro e o filho Eduardo por coação de autoridades que julgam a ação penal principal. O relatório da Polícia Federal apontou indícios de coação no curso do processo e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Não é teoria conspiratória: há documentos sobre pressão a instituições como o STF e o Congresso, e até registros de apoio financeiro para ações no exterior. O material já foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República para decidir os próximos passos.

Sadi: ‘Material que levou ao indiciamento de Bolsonaro escancara racha na direita’ — uma observação óbvia, porém necessária. A própria direita se fragmenta entre fanáticos que insistem no golpe e políticos tradicionais que tentam preservar o mínimo de normalidade institucional. E enquanto isso, os bolsonaristas continuam articulando no subterrâneo, contando com uma rede internacional e com deputados que não desgrudam do chefe.

O monitoramento foi reforçado em 26 de agosto: agentes da polícia penal do Distrito Federal passaram a acompanhar o ex-presidente em tempo real, motivados pelo risco de fuga e pela atuação do filho Eduardo no exterior. No dia 30, as vistorias em veículos que saem da residência e a vigilância presencial na área externa foram intensificadas devido a “pontos cegos”. Alguém ainda duvida da dimensão do problema? É preciso desmontar essas estruturas de poder e responsabilizar os que ameaçam a democracia!

Visitas de família e políticos foram autorizadas — Tarcísio Gomes de Freitas, Valdemar Costa Neto, Arthur Lira e outros aliados estiveram com Bolsonaro. Em 16 de agosto, ele passou por exames médicos que apontaram infecções pulmonares, esofagite e gastrite. A foto do ex-presidente exibindo a tornozeleira circulou como símbolo: para alguns, humilhação; para outros, insígnia de mártir da direita. Ridículo!

A prisão domiciliar, as investigações e o julgamento no STF não são um final, mas um momento de transição. Para quem luta por um projeto popular, ficará claro: derrotar politicamente o bolsonarismo exige não só prisões e processos, mas organização de massas, clareza programática e fortalecimento das instituições públicas. Lula e o PT podem não representar ainda a solução perfeita, mas têm papel central para abrir uma nova etapa de luta anticapitalista no Brasil — sem concessões aos bilionários e às privatizações que destruíram o país. Que este mês de tornozeleira sirva de alerta: a direita é perigosa, é organizada, mas pode — e deve — ser derrotada politicamente e juridicamente.

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