luta socialista

Brasil rebate provocações dos EUA e reafirma defesa da soberania e da democracia

O governo brasileiro reagiu com firmeza neste sábado (9) às provocações públicas vindas de autoridades americanas que fizeram menção — sem citar nominalmente — ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. O ataque veio em duas frentes: uma mensagem do número dois do Departamento de Estado, Christopher Landau, e uma publicação da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, ambas com o mesmo tom de interferência e desdém pela soberania nacional. É a velha arrogância imperial: apontar o dedo enquanto fingem moralidade democrática.

Embaixada dos EUA publica novas críticas com referência a Moraes

As mensagens, que circularam no X e parecem traduzir uma à outra, afirmam que “um juiz” teria “usurpado o poder” da Corte e sugerem que a separação de poderes é inválida se um magistrado intimidar os demais. A Embaixada chegou a dizer que “um único ministro do STF usurpou poder ditatorial ao ameaçar líderes dos outros poderes, ou suas famílias, com detenção, prisão ou outras penalidades”, uma acusação teatral que tenta transformar uma ação judicial e institucional em ópera de horror contra o Brasil. “O que está acontecendo agora no Brasil ressalta esse ponto: um único ministro do STF usurpou poder ditatorial…”, Embaixada dos EUA / Christopher Landau

O episódio ocorre no rastro de uma nota anterior que já havia irritado Brasília — e no dia seguinte à ida do encarregado de Negócios Gabriel Escobar ao Itamaraty, chamado para dar explicações. Escobar é hoje o representante oficial, já que um embaixador não foi formalmente designado depois da troca na Casa Branca. O Itamaraty, com a dignidade que falta aos emissários estrangeiros, classificou as declarações de Landau como “falsas”.

‘Arrogante e gravíssima’

Nas redes, a ministra de Relações Institucionais Gleisi Hoffmann não poupou críticas: chamou a publicação de “arrogante” e uma “gravíssima ofensa ao Brasil, ao STF e à verdade”, e, com justiça, lembrou que a verdadeira anomalia é a de foragidos da Justiça brasileira e plataformas que operam aqui colaborarem para descumprir decisões judiciais. “Situação anômala é a de foragidos da Justiça brasileira e plataformas que atuam em nosso território se associarem para descumprir a lei e as decisões judiciais de nosso país…”, Gleisi Hoffmann

O governo brasileiro destacou que não se curvará a pressões, “venha de onde vierem”. E é preciso dizer: ninguém que respeita a soberania pode aceitar lições de uma potência que, desde sempre, tentou pautar políticas e derrubar governos quando lhes convinha. Não aceitaremos sermões de quem apoiou golpes, financia oligarquias e protege bilionários que saqueiam países.

A provocação americana ganha um pano de fundo: na semana anterior, o governo dos EUA incluiu Alexandre de Moraes numa lista de possíveis alvos da Lei Magnitsky — a mesma ferramenta usada seletivamente para sancionar autoridades estrangeiras. Para nós, que lutamos pela defesa das instituições democráticas e pela resistência ao bolsonarismo, é óbvio que a manobra tem sabor político e intenta dividir a esquerda e enfraquecer os pilares que garantiram a derrota do golpe de 8 de janeiro.

O quadro é claro: direita golpista e seus tentáculos externos — plataformas digitais, oligarcas e embaixadas arrogantes — tentando reescrever a narrativa e promover impunidade. A resposta brasileira, apoiada pelo campo progressista e por setores democráticos, precisa ser firme e articulada. Defender o STF quando ele age contra conspiradores é defender a própria democracia; apoiar a soberania é combater a ingerência imperial.

O que vem agora? Cabe à esquerda e às forças populares transformar esse episódio em mobilização política, reafirmar a aliança com as estatais e políticas públicas que atendam ao povo, e não ao bolso dos bilionários. Se querem guerra de narrativas, que saibam: aqui a resistência é ativa e organizada. Quem ameaça a nossa democracia encontrará não submissão, mas reação!

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