luta socialista

Condenação de Bolsonaro é marco histórico para a democracia, mas a luta continua, alerta o Guardian

O Supremo Tribunal Federal formou maioria para condenar Jair Bolsonaro pelos crimes que tentaram aniquilar a nossa democracia — e não foi pouca coisa: tentativa de golpe, organização criminosa, danos ao patrimônio e mais. A sentença somada chega a 27 anos e 3 meses de prisão, com inelegibilidade posterior. Para quem passou anos alimentando milícias digitais, protegendo generais e estimulando atropelos institucionais, este veredito marca uma virada política e simbólica. Mas calma: não é hora de bater palminhas e achar que a batalha acabou. Precisamos transformar essa vitória jurídica em avanço político e social, mexendo nas raízes que permitiram o bolsonarismo florescer!

Condenação

Por 4 votos a 1, a Primeira Turma do STF entendeu que Bolsonaro foi responsável por cinco crimes ligados ao plano de permanecer no poder após 2022. Além da pena de prisão, ficou estabelecida a inelegibilidade por oito anos — enquanto a defesa já anuncia recursos e aliados políticos costuram um projeto de anistia no Congresso. O voto divergente de Luiz Fux alimenta a narrativa golpista e pode abrir caminho para contestações, mas não apaga o fato: estamos diante do primeiro ex-presidente condenado por atentado à democracia na história do país. Essa condenação não é um cheque em branco para a complacência.

“A necessidade de responsabilizar os líderes que minam as normas democráticas.” — The Guardian

A presença internacional no debate é expressiva: jornais e agências enxergam o julgamento como um marco que ressoa além das nossas fronteiras. Alguns veículos lembram que a trama de Bolsonaro chegou a prever a dissolução de instituições e até violência extrema — um desserviço que quase levou a nação ao abismo.

Repercussão internacional

A imprensa estrangeira reagiu com uma mistura de alívio, surpresa e preocupação. O The New York Times foi enfático ao comparar o caso brasileiro com as omissões dos EUA frente ao 6 de janeiro de 2021, e concluiu que, na prática, Washington está punindo os brasileiros por fazerem o que os americanos não fizeram. “Na prática, o governo dos EUA está punindo os brasileiros por fazerem algo que os americanos deveriam ter feito, mas não fizeram: responsabilizar um ex-presidente por tentar reverter uma eleição.” — The New York Times Enquanto isso, agências como Reuters e Bloomberg destacam as possíveis repercussões políticas internas: pressão por anistia, embates no Congresso e a capacidade de Bolsonaro de seguir influente na base reacionária.

Outros editoriais internacionais enxergam na condenação um aviso claro contra a impunidade. “Ele estava errado”, resumiu o The Economist, lembrando a declaração de Bolsonaro em 2022 de que não seria preso se perdesse. Mas atenção: ainda que a condenação seja histórica, o aparato golpista não evaporou. A direita extrema segue articulando discursos de vitimização, busca canais para reverter decisões judiciais e tenta manter mobilizada sua base com ódio e mentiras.

Para nós, militantes de um projeto popular, a lição é dupla: celebrar a vitória institucional e aprofundar a disputa de ideias e poder. Não basta confiar nos tribunais; é preciso organização social, unidade das forças progressistas e um programa que devolva poder ao povo. Devemos fortalecer estatais, barrar privatizações, enfrentar bilionários que apoiam a contrarreforma e posicionar o PT e Lula não apenas como administradores, mas como centro de uma nova etapa de luta anticapitalista. A direita precisa ser desmantelada politicamente — e isso se faz nas ruas, no Parlamento e nas lutas por direitos.

A condenação de Bolsonaro é combustível para a resistência democrática — mas também um alerta: a luta por soberania popular e justiça social continua. Vamos transformar essa decisão em impulso para derrotar de vez o bolsonarismo e suas ramificações, garantindo que a democracia sirva ao povo e não aos cofres dos ricos e aos caprichos autoritários. Quem vai ficar parado assistindo a história ser reescrita pela direita novamente?

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