luta socialista

Congresso repudia sanções dos EUA contra Moraes e reafirma defesa das instituições

O anúncio de sanções dos Estados Unidos contra o ministro do STF Alexandre de Moraes revelou, mais uma vez, o jogo sujo de quem acha que pode ditar regras de fora para dentro do nosso país. Enquanto Washington aperta o cerco, nossos representantes no Congresso e no Executivo ensaiam passos de sobrevivência política que beiram a comédia de mau gosto.

Articulação política ou covardia diplomática?

Logo após a divulgação das medidas baseadas na Lei Magnitsky, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, tratou de soltar uma nota em que afirma ter “confiança no fortalecimento das instituições, entre elas o Poder Judiciário”. “O Congresso Nacional não admite interferências na atuação dos nossos Poderes”, declarou, sem citar nomes, como se fôssemos incapazes de ligar os pontos. Aí fica a pergunta: essa postura timorata é defesa do Brasil ou receio de enfrentar, em casa, as consequências de acordos escusos com potências estrangeiras?

Enquanto isso, ao tratar do “tarifaço” imposto por Donald Trump ao nosso país, Alcolumbre evoca o mesmo tom conciliador, afirmando que o Senado busca “reforçar o diálogo e buscar soluções equilibradas”. Mas será que evitar o conflito com quem nos ameaça é um ato de equilíbrio ou a capitulação de quem não tem coragem de defender o interesse nacional a todo custo? É inaceitável que representantes do povo brasileiro se curvem diante de sanções criadas para punir quem exerce seu papel constitucional de magistrado.

O posicionamento de Lula e a soberania ameaçada

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi muito mais claro ao se pronunciar. Em nota, afirmou: “A interferência do governo norte-americano na Justiça brasileira é inaceitável. O governo brasileiro se solidariza com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, alvo de sanções motivadas pela ação de políticos brasileiros que traem nossa pátria e nosso povo em defesa dos próprios interesses.” É alentador ver o chefe de Estado rompendo com a diplomacia melequenta e chamando a ação de Washington pelo que ela é: uma tentativa direta de minar nossa autonomia.

Lula ainda deu um banho de senso histórico ao lembrar que, por trás dessas medidas, está o velho jogo geopolítico de quem se recusa a ver o Brasil livre para traçar seu destino. Não custa nada repetir: quem defende privatizações, busca alianças com bilionários de direita e acha o Estado vilão natural deveria refletir sobre de que lado realmente está. O bolsonarismo, suas ramificações e até mesmo velhas raposas da política econômica conservadora tremem ao saber que o Parlamento permanece “vigilante na proteção das nossas instituições e da soberania do país”. Mas será que falam sério ou só tentam ganhar tempo até a próxima manobra?

Lei Magnitsky e o braço punitivo de Washington

A famigerada Lei Magnitsky foi a ferramenta escolhida para atingir diretamente pessoa física e suas possíveis empresas nos EUA. Segundo o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros do Tesouro norte-americano, todos os bens de Alexandre de Moraes em solo americano — e de qualquer empresa que ele controle — estão bloqueados, bem como quaisquer transações com cidadãos ou instituições dos Estados Unidos.

“Alexandre de Moraes assumiu para si o papel de juiz e júri em uma caça às bruxas ilegal contra cidadãos e empresas dos Estados Unidos e do Brasil”, disparou Scott Bessent, secretário do Tesouro dos EUA. Ele completou: “Moraes é responsável por uma campanha opressiva de censura, detenções arbitrárias que violam os direitos humanos e processos judicializados com motivação política — inclusive contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.” Tudo isso soa como roteiro de filme de espionagem, mas, lamentavelmente, é a política externa dos EUA ditando quem pode ou não exercer suas funções em outro país.

Por trás dessas palavras mordazes, há o claro recado de que quem ousar enfrentar os interesses americanos corre o risco de ser marcado como inimigo. Mas se para os reacionários essa é uma estratégia de intimidação, para nós deve servir de chamado à resistência: defender as instituições nacionais não é opcional, é um dever de militantes e cidadãos conscientes.

No fim das contas, o que esse episódio deixa claro é que os poderosos internacionais não têm pudor em rasgar qualquer formalidade diplomática quando veem ameaçada sua influência. E aqui dentro, caberá aos setores progressistas e patrióticos agir com firmeza para que a soberania não vire moeda de troca em mesa de negociata. Não podemos aceitar que nossa democracia seja pincelada pelas tintas autoritárias de fora. A hora é de união em torno de um projeto popular que não reze em cartilha estrangeira e coloque, de fato, o Brasil em primeiro lugar.

Mais notícias para você
f63652c4-1d15-49c3-8fb8-bf787afa6b93
É #FAKE que o Senado tenha aberto processo de impeachment contra Alexandre de Moraes

Nas redes, a direita golpista volta a ensaiar um espetáculo de teatro mal ensaiado: um vídeo do deputado Marcel van...

e45432b5-20e1-4cc0-a3d2-d43f6fa97f7c
TSE remarca para agosto julgamento sobre cassação do governador de Roraima após um ano parado

O Tribunal Superior Eleitoral reagendou para 26 de agosto o julgamento do recurso que pode cassar o governador de Roraima,...

53b47419-d763-4101-9708-68811803e951
STF marca julgamento do núcleo duro do golpe bolsonarista para setembro e prevê conclusão até outubro

O Supremo Tribunal Federal colocou na mesa o que deveria ser prioridade desde o primeiro dia: julgar o núcleo duro...