luta socialista

CPI do INSS aprova prisão preventiva e quebra sigilos do advogado Nelson Wilians

A CPI do INSS avançou com medidas que devem incomodar muitos cofres e muito teatro jurídico: aprovou a quebra dos sigilos fiscal e bancário do advogado Nelson Wilians e encaminhou ao Supremo pedido de prisão preventiva. Os dados bancários cobrirão dois períodos longos e estratégicos — janeiro de 2019 a dezembro de 2024, e setembro de 2020 a setembro de 2025 — numa tentativa de rastrear o rastro do dinheiro que deveria sustentar aposentados e pensionistas. É hora de deixar claro: ou se esclarece tudo, ou se derruba o verniz que ainda protege essa corja.

O caso e as ligações

A Polícia Federal não trata Wilians como mero figurante: o relatório aponta que ele teria servido como engrenagem para ocultação e branqueamento de recursos. A investigação identifica uma conexão financeira entre Wilians e o empresário Maurício Camisotti, apontado como sócio oculto de uma entidade beneficiária das fraudes. Dois nomes já dormem atrás das grades: Camisotti e Antônio Carlos Camilo Antunes, o famigerado “Careca do INSS”. Wilians, por enquanto, resiste na linha do advogado poderoso que conhece o sistema — mas nega o resto.

“As comunicações do COAF apresentam, de forma clara e objetiva, que Maurício Camisotti possui Nelson Wilians como meio para auferimento de recursos ilícitos”, disse a Polícia Federal.

A reação oficial da defesa é fórmula pronta e previsível: coloca-se à disposição das autoridades e aposta nas garantias constitucionais. “A defesa de Nelson Wilians afirmou que está à disposição das autoridades e confia que eventuais decisões serão tomadas dentro da Constituição e das garantias fundamentais”, disse a defesa. Claro: a mesma confiança que muitos políticos tinham nas páginas de um contrato até alguém ligar as luzes.

Não há espaço para impunidade enquanto aposentados passam fome! A pergunta que arde no ar é direta: quem lucra com esse esquema que drena recursos do INSS para alimentar redes de influência e luxo privado?

Decisões judiciais e omissões

No início das investigações, a PF e a PGR pediram a prisão de Wilians — pedido negado por André Mendonça. O ministro autorizou, porém, a prisão preventiva de Camisotti e Antunes, entendendo que havia elementos suficientes para essas medidas. Sobre Wilians, Mendonça optou por outras medidas instrutórias. “Quanto ao pedido relacionado a Nelson Wilians Fratoni Rodrigues, entendo haver elementos suficientes para embasar a decretação de outras medidas de natureza instrutória, o que será apreciado em autos próprios”, escreveu o ministro André Mendonça. A decisão mostra que nem sempre a toga cai com a mesma rapidez para todos — e isso é sempre um sinal de alerta.

Wilians prestou depoimento à CPI e, com toda postura de quem circula nos corredores do poder, recusou-se a assinar um termo de compromisso para dizer a verdade. Durante a oitiva, afirmou conhecer Camisotti e negou qualquer relação com o “Careca do INSS”. “Eu não conheço o careca do INSS”, disse o advogado Nelson Wilians na CPI do INSS. Também defendeu a operação da PF e garantiu que apresentará seus argumentos. Convém lembrar: negar evidências não é a mesma coisa que provar inocência.

A CPI deve ir até o fim, derrubando cortinas de fumaça e responsabilizando os verdadeiros mandantes! Não podemos aceitar meias-verdades quando se trata do que foi subtraído de quem sustentou este país com seu trabalho.

O que está em jogo vai além da vida de alguns acusados: trata-se da integridade de um sistema de proteção social que deveria ser sagrado. Só uma investigação profunda e independente — com transparência, punição efetiva e devolução do que foi roubado — poderá restaurar parte da confiança perdida. Para isso, é preciso que órgãos de controle e o próprio movimento popular não cedam: privatizações e cortes que enfraquecem estatais e serviços públicos só ampliam o terreno fértil para esse tipo de operação. Há uma luta política e social aqui, e não dá para terceirizá-la ao silêncio das instituições capturadas. Quem acha que o problema é só um “escândalo isolado” está enganado — é hora de enfrentar as redes que saqueiam o país e reconstituir um projeto popular capaz de proteger a classe trabalhadora.

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