A cartada imperialista de Donald Trump, que ameaça impor um “tarifaço” sobre nossos produtos se o Judiciário brasileiro não suspender o processo contra Jair Bolsonaro, acendeu um alerta vermelho entre a população. Numa época em que já não basta interferir em eleições, agora querem ditar o ritmo de nossas decisões legais com chantagens econômicas! Estamos diante de um revide antidemocrático e colonial que exige resposta firme do povo.
Rechaço ao ataque imperial
A mais recente pesquisa do Datafolha revela que 89% dos brasileiros acreditam que a medida protecionista americana vai prejudicar nossa economia. E não é para menos: impor tarifas elevadas significa encarecer exportações, elevar o desemprego e atirar trabalhadores e trabalhadoras no abismo da precarização. Quando Trump manda cartas para o Supremo Tribunal Federal, ele está dizendo que nossas instituições valem menos que subserviência aos interesses do grande capital estadunidense.
Segundo o levantamento, 57% consideram que Trump está errado ao pedir que a Justiça brasileira interrompa o julgamento de Bolsonaro, enquanto apenas 36% acham que o republicano “acertou” ao trocar sanções econômicas por blindagem política. Outros 7% não souberam opinar, talvez por não acreditar que um governo estrangeiro possa se meter tão descaradamente em nossa soberania.
O voto define visão de mundo
Como era previsível, o jorro de informações se organiza pelo filtro eleitoral. Entre quem votou em Bolsonaro em 2022, 66% defendem a chantagem americana e 28% consideram a iniciativa equivocada. Já entre os eleitores de Lula e do campo progressista, ressurge a unidade necessária: 82% veem a atitude de Trump como um ultraje, enquanto apenas 13% acham correto esse tipo de pressão.
O resultado expõe a clara divisão entre quem aceita entregar o futuro do país nas mãos de bilionários e banqueiros e quem aposta na defesa de um projeto nacional soberano. O povo brasileiro demonstra, mais uma vez, que não compactua com submissão a potências imperialistas.
Bolsonaro perseguido ou golpista protegido?
A pesquisa também investigou a percepção de que Bolsonaro estaria sendo “perseguido” pela Justiça, conforme narrativa repetida pelo próprio ex-presidente e reforçada por Trump. Metade dos brasileiros (50%) não engole essa história e entende que o ex-capitão responde legalmente pelos crimes que cometeu; 45% concordam com a tese da “injustiça”, enquanto 5% se mantêm em dúvida.
A crença na perseguição varia por gênero, faixa etária e renda, mas permanece abaixo da metade dos entrevistados em quase todos os recortes. É a prova de que a realidade dos tribunais não se dobra com discurso inflamado: a Justiça segue seu curso, garantindo que ninguém fique acima da lei.
O dedo de Eduardo na esfera imperial
E quem teria “sussurrado” essa pressão lá em Washington? O Datafolha perguntou sobre o papel de Eduardo Bolsonaro nesse processo. Para 39% dos entrevistados, o filho “03” teve muita influência na decisão de Trump; 28% acham que ele exerceu influência moderada e 20% veem nenhum impacto. Entre bolsonaristas, curiosamente, só 26% creditam ao deputado federal a principal articulação – talvez para preservar a imagem de um clã unido ou para fingir discreção diante do escândalo.
Quando vemos parentes de ex-capitão virando lobistas de interesses estrangeiros, precisamos gritar: até quando permitiremos que meia dúzia de privilegiados postem nosso futuro como mercadoria no mercado internacional? Não podemos tolerar que o Brasil seja moeda de troca em disputas de oligarcas!
Para rechaçar esse ultraje, é urgente fortalecer a mobilização nas ruas, nas redes e nas urnas. Defender a soberania nacional e apoiar um projeto que invista em estatais, educação pública, saúde de qualidade e direitos trabalhistas é a resposta mais poderosa ao autoritarismo de Bolsonaro e ao intervencionismo de Trump. O Brasil não será refém de chantagens econômicas nem de chantagens políticas!