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Datafolha revela empate técnico: quase metade dos brasileiros apoia prisão de Bolsonaro por golpe

A opinião pública brasileira volta a ferver com os resultados da nova pesquisa Datafolha: quase metade dos entrevistados quer ver o ex-presidente Jair Bolsonaro atrás das grades, enquanto a fatia oposta defende sua impunidade. Esse empate técnico reflete o país em frangalhos, dividido entre quem ainda sustenta as narrativas golpistas e quem anseia por justiça de verdade. Entre a nostalgia de um passado autoritário e a esperança de consolidar as instituições democráticas, paira no ar uma pergunta inquietante: até quando toleraremos a chantagem política travestida de “liberdade”?

Pesquisa Datafolha revela divisão acirrada

Segundo o levantamento realizado nos dias 29 e 30 de julho, com 2.044 pessoas, 48% querem que Bolsonaro seja preso por sua suposta participação na tentativa de golpe pós-eleições de 2022. Outros 46% defendem que ele siga solto e 6% não souberam opinar. Enquanto isso, 51% acreditam que ele escapará da condenação, e somente 40% preveem sua prisão.

É impressionante como a impunidade ainda se confunde com “direitos democráticos” por parte de simpatizantes do bolsonarismo! Entre abril e julho, a oscilação cabe na margem de erro, mas tal empate momentâneo sinaliza que os adeptos da política de ruptura resistem a aceitar o veredito das urnas — e agora, também, do Judiciário.

O apoio à prisão de Bolsonaro é mais forte entre quem tem renda de até dois salários mínimos, residentes do Nordeste e eleitores petistas. Já os que rejeitam a ideia de apreender o capo do PL concentram-se no Sul, entre evangélicos, a chamada classe média baixa e, claro, entre bolsonaristas convictos. A pesquisa mostra, sem rodeios, que a batalha por justiça atravessa camadas sociais e regionais, espelhando um país fragmentado.

“Estamos diante de uma tentativa de chantagem política”, disse um dos ministros do Supremo Tribunal Federal ao alertar que a tensão é alimentada por discursos extremistas.

O ex-presidente nega todas as acusações de ter articulado um golpe contra a ordem democrática e de conspirar com militares para se manter no poder após perder para Lula em 2022. Mesmo assim, o Supremo Tribunal Federal (STF) segue firme no processo que aponta sua responsabilidade pelos atos violentos de 8 de janeiro de 2023. A Procuradoria-Geral da República sustenta que políticos e militares compuseram essa trama, culminando em depredações e ameaça direta à democracia.

Desafio de consolidar a democracia

A disputa não se resume à prisão ou liberdade de Bolsonaro; ela simboliza o embate entre dois projetos de país. De um lado, a extrema direita que insiste em desacreditar instituições, espalhar fake news e promover um autoritarismo disfarçado de “patriotismo”. Do outro, aqueles que lutam para fortalecer o Estado democrático de direito e combater as desigualdades sociais. Não podemos aceitar que o Brasil volte a ser refém de milicianos disfarçados de políticos!

A defesa de Bolsonaro apela à tese da “perseguição política”, mas é preciso lembrar que a lei vale para todos, inclusive para quem tenta derrubar o próprio sistema que o elegeu. Esta polarização tende a se intensificar, à medida que o julgamento avança e as testemunhas apresentam provas mais contundentes. O STF, sob forte pressão midiática e política, enfrenta o desafio de não recuar diante das ameaças e garantir um desfecho que respeite o Estado de direito.

Para além dos números, a pesquisa acende um alerta sobre a urgência de mobilização popular. Se quase metade dos brasileiros ainda acredita na inocência do ex-capitão, cabe aos movimentos sociais, aos partidos progressistas e à militância petista intensificar o debate, desmentir as fábulas do autoritarismo e mostrar que o único caminho para o país é abraçar a justiça social e a verdade histórica.

Mais do que prever se Bolsonaro será ou não condenado, a tarefa agora é fortalecer a democracia e enterrar de uma vez por todas o bojo de mentiras que alimenta o bolsonarismo. A cada levantamento, a luta toma mais corpo, e a esperança de ver o projeto golpista desmoronar se renova. Aguardemos os próximos passos do STF — e, sobretudo, a retomada da mobilização popular em prol de um Brasil livre da sombra do fascismo.

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