luta socialista

Eduardo Bolsonaro acumula faltas desde março e defende anistia a criminosos em audiência remota na Câmara

O deputado federal Eduardo Bolsonaro segue em sua tournée estadunidense — longe do Parlamento, mas bem perto de interesses que colocam em risco a soberania nacional. Enquanto marca faltas injustificadas na Câmara e contabiliza licença encerrada desde julho, ele participou remotamente nesta quarta-feira (27) de uma audiência da Subcomissão Especial dos Direitos dos Presos do 8 de Janeiro, defendendo o que só pode ser chamado de um ato de reparação política aos vândalos que atacaram as sedes dos Três Poderes. O cenário é grotesco: representante eleito que abandona o plenário para negociar impunidade e tarifas com o governo de Donald Trump.

Audiência e defesa da anistia

Em solo norte-americano desde fevereiro, Eduardo usou a tribuna virtual para pedir o perdão dos condenados pelos ataques do dia 8 de janeiro de 2023. Para ele, a anistia seria o “primeiro passo para virar a página” — e, claro, um atalho para abrir negociações comerciais com Washington. “E que assim a gente chegue a uma boa condição, numa mesa de negociação com os EUA, para reduzir ou quem sabe até zerar as tarifas”, disse Eduardo Bolsonaro. É praticamente uma oferta: impunidade em troca de vantagens econômicas externas. Troca de interesses que cheira a traição!

A audiência expôs também o histórico de ausências do parlamentar: desde março não registra presença física na Câmara e, após licença de 120 dias encerrada em julho, passa a somar faltas injustificadas. Enquanto isso, ele defende a anistia e acusações de que teriam “inventado” crimes contra sua atuação. “Inventaram um crime contra mim”, disse Eduardo Bolsonaro. É a velha estratégia de vitimização: falta de trabalho no país, presença ativa em fóruns internacionais para blindar aliados e, quando confrontado, acusa os outros de perseguição.

Alianças internacionais e chantagem com a Lei Magnitsky

Eduardo não veio aos EUA por turismo. Ele tem se reunido com representantes do governo americano e, segundo denúncias, é apontado como um dos pilares da pressão que levou Trump a sobretaxar produtos brasileiros. Pior: foi indiciado pela Polícia Federal por tentar influenciar processos contra seu próprio pai por meio das sanções econômicas dos EUA. Mensagens obtidas pela PF mostram ainda insultos e xingamentos de Eduardo ao pai — ironias da família Bolsonaro, um clã em frangalhos.

E como se não bastasse, ele partiu para ameaças diretas contra autoridades brasileiras que apoiam o ministro Alexandre de Moraes. Ele chegou a dizer que apoiadores do magistrado poderiam sofrer sanções norte-americanas, caso os EUA decidam aplicar medidas baseadas na célebre legislação extraterritorial. “Se outras autoridades brasileiras decidirem seguir os passos dele, corroborarem essa conduta, eles vão estar incursos no mesmo tipo de penalidades. A Lei Magnitsky é uma lei que exige uma burocracia, no entanto todos aqueles que apoiam o violador, aquele já sancionado, eles automaticamente podem ter contra eles aplicadas as chamadas sanções secundárias, que basicamente são as mesmas sanções contra o Alexandre de Moraes”, disse o deputado. A chantagem é explícita: apoie meus aliados que vandalizaram a democracia e eu tento transformar tribunais nacionais em moeda de barganha em Washington.

Essa conduta não é apenas imoral; é política e juridicamente grave. Um parlamentar que usa o cargo para pleitear anistia a criminosos e instrumentalizar potências estrangeiras contra instituições nacionais merece resposta firme. Não se trata apenas de um episódio de má representação: é a materialização do projeto golpista que o bolsonarismo insiste em manter aceso.

A hora exige unidade da esquerda, do movimento popular e de quem defende o Estado como instrumento de transformação social. Precisamos denunciar e bloquear tentativas de privatizações de direitos, resistir às chantagens de mercado e expor, sem trégua, a aliança do bolsonarismo com setores estrangeiros e bilionários que sonham em lucrar com o desmanche do país. Lula e o PT estão na linha de frente dessa resistência — não só como alternativa eleitoral, mas como eixo central para uma nova etapa de luta anticapitalista no Brasil. Se queremos virar de vez essa página, é hora de barrar a impunidade e reafirmar: soberania não se negocia, se defende com luta!

Mais notícias para você
540c5dda-411c-4d2b-b462-859f5c9d9cee
TV 3.0: Governo Lula promete televisão aberta, gratuita e interativa para ampliar comunicação popular

O decreto que oficializa a chamada TV 3.0 — anunciada no Brasil como DTV+ — foi assinado pelo presidente Lula...

9b7ecda7-0dde-4ab0-a3ab-a05002d490c9
Ministro do Turismo resiste à saída em meio à ameaça de expulsão do União Brasil do governo

A pressão que veio do Palácio não foi sussurro: depois da cobrança direta de Lula, os ministros alinhados ao Centrão...

947ed803-3c35-4b57-8173-253f7bac11ce
STF estabelece que suspeita de violência doméstica suspende retorno automático de crianças ao exterior

O Supremo Tribunal Federal deu um recado importante sobre uma questão sensível: o retorno imediato de crianças trazidas ilegalmente ao...