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Em clima de parceria, Macron elogia Lula na ONU: “Grande guerreiro”; assista ao vídeo

A foto rápida, o aperto de mão nos corredores da ONU e o vídeo nas redes: nada de muito formal, mas suficiente para mostrar que a esquerda brasileira tem interlocução internacional quando não se curva aos interesses dos mercados e dos senhores do capital. Em Nova York, Lula e Emmanuel Macron trocaram gentilezas públicas após seus discursos na 80ª Assembleia Geral da ONU — um encontro curto, mas politicamente simbólico. Para quem esperava clima de Copa entre chefes de Estado, saiu algo diferente: uma demonstração de que é possível posar forte contra a direita e, ao mesmo tempo, articular diálogo entre Estados que ainda acreditam em algum papel das políticas públicas.

Encontros, discursos e recados

O momento mais comentado foi o elogio de Macron a Lula, registrado em vídeo e replicado por ambos nas redes sociais. “Vi seu discurso nesta manhã, você é um grande guerreiro”, afirmou Macron, enquanto fazia um gesto que pretendia ser de força — e que também foi recebido como sinal de respeito entre dois líderes que sabem jogar o jogo diplomático. O vídeo, curto e simpático, mostra a leveza do encontro e desmonta a comédia que setores da direita insistem em vender sobre isolamento do governo brasileiro.

No pronunciamento de Lula na Assembleia, que motivou o elogio, ecoaram posições centrais para qualquer projeto soberano e popular: “A soberania brasileira é inegociável”, disse o presidente, ao repudiar ataques ao Judiciário e criticar as sanções impostas pelos Estados Unidos. Lula também não esqueceu de lembrar a condenação de Jair Bolsonaro como uma advertência democrática: segundo ele, o Brasil “deu um recado a autocratas”. Isso incomoda a turma do atraso — ótimo! Afinal, a democracia não é jabuticaba para ser vendida por ocasião de leilões.

Lula colocou o Brasil na pista da soberania e do diálogo entre países que não se submetem ao império financeiro. Esse gesto público de firmeza, somado à solidariedade com causas históricas, como o reconhecimento da Palestina por parte da França, marca uma linha diplomática que privilegia interesses populares — e não os lucros dos bilionários.

Macron também comentou sua expectativa sobre outros atores globais: ao afirmar sobre o conflito entre Israel e Hamas, disse que o presidente dos EUA deveria encerrar a guerra na Faixa de Gaza se realmente quisesse ostentar um Nobel. “O presidente dos EUA deveria terminar a guerra entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza se ele realmente quer o prêmio Nobel”, disse Macron. Palavra direta — ainda que venha de quem vem — e que ajuda a colocar pressão em palcos onde o intervencionismo costuma ser desculpa para interesses econômicos.

Para nós, militantes, o encontro serve de lembrete: não se trata apenas de elogios e fotografias protocolares. Trata-se de construir uma frente internacional que defenda a soberania, as estatais, e a política pública contra a sanha privatista dos donos do dinheiro. A rede de solidariedades entre governos progressistas e social-democratas — criticável em muitos pontos, é claro, mas vital na prática — cria espaço para resistir aos ataques da direita que deseja desmontar o país.

O cenário internacional é volátil, mas esse mínimo gesto de reconhecimento não é irrelevante. Quando a direita interna tenta isolar Lula, ou quando os bolsonaristas gritam nas redes, boa parte da narrativa é desmontada com fatos: alianças, reconhecimento diplomático e a defesa pública de posições que favorecem o povo. Não nos iludamos com beijos de governantes europeus: a luta por soberania e por um projeto popular é feita aqui, nas ruas, nas greves, nas estatais e nas urnas. Ainda assim, ver Macron reconhecer publicamente a estatura política de Lula é uma fresta — e toda fresta serve para ampliar o escopo da nossa batalha contra a direita e contra a privatização do país.

Que a esquerda brasileira use esses momentos para se fortalecer, não para acomodar-se. Que as palavras ditas em Nova York reverberem por aqui como incentivo à luta contra o neoliberalismo e à construção de um projeto verdadeiramente popular e soberano. Afinal: só vencemos se unirmos diplomacia, movimento social e projeto de poder.

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