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“Estamos abertos ao diálogo, mas a soberania do Brasil não se negocia”, afirma Lula após anúncio de sobretaxa dos EUA

O presidente Jair Bolsonaro que o diga: quando a Casa Branca resolve taxar o Brasil em 50%, não é “amizade” que move Washington, mas pressões de uma elite ultraliberal que enxerga nosso país como mero balcão de negócios. Em resposta ao anúncio de Donald Trump, o presidente Lula reagiu com frieza estratégica, reafirmando a soberania nacional e deixando claro que “não somos pato de pirarucutaca de ninguém”. Esse embate escancara a armação política que tenta imiscuir-se em nossa economia e, de quebra, deslegitimar nossas instituições.

Tensão comercial e retórica de força

O anúncio da sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros foi recebido com indignação por setores produtivos e trabalhistas. Enquanto isso, Trump faturava politicamente ao desprezar um país que busca retomar o desenvolvimento pelo investimento estatal e pelo fortalecimento do mercado interno. É revoltante ver o império mandando ordens como se o Brasil ainda fosse uma colônia. O anúncio entra em vigor em 6 de agosto e já tem grandes indústrias preocupadas com o impacto no comércio exterior.

“Sempre estivemos abertos ao diálogo. Quem define os rumos do Brasil são os brasileiros e suas instituições. Neste momento, estamos trabalhando para proteger a nossa economia, as empresas e nossos trabalhadores, e dar as respostas às medidas tarifárias do governo norte-americano”, declarou Lula em suas redes sociais. A mensagem reforça que o PT não se curva a patamares externos nem abre mão da luta por políticas públicas fortes.

As desculpas de Washington

Para justificar a agressão, Trump alega uma suposta “caça às bruxas” do STF contra Jair Bolsonaro e reclama de decisões que obrigam as big techs a respeitar nossa legislação. É o velho discurso imperialista de quem confunde lei brasileira com perseguição política. Será que Trump também vai apontar “caça às bruxas” quando o Supremo exigir transparência de empresas bilionárias de tecnologia? Fica a pergunta: quem caça quem?

“Ele pode falar comigo quando quiser”, disse Trump à TV Globo ao ser questionado sobre um possível contato com Lula. Apesar do tom amistoso, diplomatas brasileiros lembram que uma conversa presidencial requer preparo político e estratégico—não basta um telefonema ao estilo “ligue já e ganhe brindes”. O Itamaraty avalia se há real disposição de diálogo ou se tudo não passa de espetáculo midiático.

Porta aberta… mas com cautela

Fontes do governo ouvidas pelo g1 afirmam que, antes de qualquer tentativa de aproximação, é preciso confirmar se a “porta realmente está aberta”. O Planalto vem adotando quatro pilares: diálogo, soberania, contingência para reduzir danos e reciprocidade. Em outras palavras, aceitamos conversar, mas não a qualquer custo. Nenhum passo em falso pode comprometer a proteção da indústria nacional, dos empregos e das estatais.

Para além das tarifas, o conflito expõe a necessidade de avançar na integração latino-americana e na unidade dos trabalhadores. Se Washington insiste em nos tratar como fornecedor de commodities barato, é hora de fortalecer nossas cadeias produtivas, defender a Petrobras e o BNDES, e garantir que a renda gerada fique no Brasil.

O episódio demonstra que a luta anticapitalista não é retórica de gabinete, mas prática diária de resistência. Lula sabe que o “bom diálogo” não dá conta de neutralizar um protecionismo hostil que visa enfraquecer governos progressistas. Portanto, seguir em frente requer unidade popular, mobilização dos movimentos sociais e confiança na capacidade do Brasil de traçar um caminho autônomo. Afinal, soberania não se negocia e o povo brasileiro merece mais do que ser token de jogada geopolítica.

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