luta socialista

Gleisi Hoffmann: “Nenhuma anistia pode existir para quem atentou contra o Estado Democrático de Direito”

A tentativa de anistia aos responsáveis pelos atos de 8 de janeiro não é apenas um desatino político: é uma ofensiva deliberada para enterrar a responsabilidade e reabilitar uma extrema-direita golpista que não aceita a derrota. Nesta sexta-feira (5), Gleisi Hoffmann deixou isso claro ao rebater qualquer negociação que maquie impunidade para os que atentaram contra o Estado Democrático de Direito. A ministra não só alertou para o risco real de emendas que ampliem a anistia, como também denunciou quem puxa essa corda suja dentro do próprio aparelho do poder.

O recado de Gleisi e o perigo do “jeitinho” parlamentar

“Qualquer tipo de anistia para quem cometeu crimes contra o Estado Democrático de Direito não pode existir.” — Gleisi Hoffmann, ministra da Secretaria de Relações Institucionais, ao Estúdio i (GloboNews)

Gleisi foi enfática: não se trata de uma opinião pessoal isolada, é uma posição que encontra eco no Supremo. “Aliás, essa não é nem a minha opinião, é a opinião do ministro Luiz Fux.” — Gleisi Hoffmann A fala é direta porque o cenário exige clareza: há quem, no Congresso, queira transformar punição em permissão, solapando o próprio sentido de justiça pela qual lutamos desde as ruas.

O método é conhecido — primeiro vendem a anistia para “pequenos” executores, depois estendem para atores maiores; e a direita governista e seus aliados tentam empurrar essa bomba pela toca. Gleisi lembra disso quando cita declarações públicas de figuras da família Bolsonaro: “Tem que ser geral e irrestrita” — afirmação já ouvida de Eduardo e Flávio Bolsonaro sobre propostas de anistia. Ou seja: o plano é óbvio e escancarado.

Não podemos permitir que a direita transforme a justiça em moeda de troca para salvar seus generais e patrões! Qualquer ingenuidade parlamentar que pretenda “abrir brecha” será aproveitada por quem quer revogar a própria condenação política — e, pior, reconstituir a máquina do ódio que tentou desmontar a democracia.

A ministra também apontou quem aparece como articulador dessa farsa: o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Segundo Gleisi, há uma aliança entre uma parte do centrão e da extrema-direita, com o governador empurrando a pauta no Congresso. “Ele [Tarcísio] está articulando o presente ao Trump, porque é exatamente dar anistia ao Bolsonaro.” — Gleisi Hoffmann Não custa lembrar: oferecer anistia agora seria, simbolicamente, um afago aos interesses reacionários internacionais que apoiaram e celebraram o ataque à nossa democracia.

Por que não podemos aceitar essa manobra

A anistia seria um retrocesso brutal. Além de mandar uma mensagem de impunidade aos que conspiraram, seria um estímulo para futuras tentativas golpistas. A narrativa de “reconciliar” sem apurar responsabilidades é mentirosa: reconciliação verdadeira requer justiça, memória e medidas que fortaleçam as instituições públicas — e não um cheque em branco para fascistas.

O PT e Lula devem usar sua força política para fechar essa brecha e impulsionar uma nova etapa de luta anticapitalista, sem concessões aos golpistas. Não se trata apenas de evitar um retrocesso jurídico, mas de garantir que o país retome um rumo popular e soberano — mantendo estatais, vetando privatizações e desmontando a influência dos bilionários de direita que financiaram e se beneficiaram do caos.

O momento exige vigilância, pressão social e mobilização política. Segurar o avanço dessa anistia é segurar um recuo civilizatório que a direita sonha em impor. Lutemos para que o Congresso não sirva de coautora do crime político — e para que a justiça democrática prevaleça sobre os interesses daqueles que usaram o ódio como arma e agora tentam comprar impunidade. Não aceitaremos barganhas de impunidade; vamos cobrar responsabilidade, eleições limpas e a reconstrução de um projeto popular que não negocie a democracia.

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