luta socialista

Haddad explica por que fica no Brasil e não acompanha Lula na Assembleia da ONU

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, decidiu ficar no Brasil enquanto o presidente Lula viaja à Assembleia Geral da ONU em Nova York — uma escolha prática, mas também política: a possibilidade de votação do projeto que aumenta a faixa de isenção do Imposto de Renda pendura decisões importantes na Câmara e exige a presença do governo aqui. A viagem de Lula, marcada por uma ofensiva diplomática num cenário hostil — com sobretaxa de 50% imposta pelos EUA a produtos brasileiros e sanções direcionadas a ministros do STF — revela ao mesmo tempo coragem e tato político. Afinal, é preciso articular avanço social e enfrentar a troika do capital e da extrema-direita mundial.

“Então, nós entendemos que, possivelmente, os líderes se reúnam na Câmara para julgar a conveniência e a oportunidade de levar a plenário na semana que vem. Então, estou ficando um pouco em função disso,” disse o ministro Fernando Haddad ao explicar sua permanência no país. Haddad faz o que precisa ser feito: proteger a pauta social que beneficia trabalhadores enquanto o presidente cumpre missões internacionais. Não é ausência, é estratégia!

Tramitação do projeto de isenção do IR

A proposta que amplia a faixa de isenção do IR para R$ 5 mil — compromisso de campanha de Lula — já avançou em comissão especial e tem urgência aprovada na Câmara, podendo ir direto ao plenário. O texto, relatado por Arthur Lira (PP-AL), também prevê desconto parcial para rendimentos entre R$ 5 mil e R$ 7.350. Se aprovado, aproximadamente 10 milhões de contribuintes deixariam de pagar IR em 2026; mais de 26 milhões (65% dos declarantes) seriam isentos, e, olhando para a população total, 87% não pagariam IRPF.

“É quase um salário a mais [por ano]. Só que, daí por diante, por conta da progressividade do IR, os ganhos vão diminuindo até R$ 7.350. Acima disso, não há mudança. Quem ganha R$ 4 mil, vai ter pouco mais de 1/3 de ganho [37% do salário a mais por ano],” explicou Welinton Mota, diretor tributário da Confirp Contabilidade, traduzindo em números o impacto real no bolso do povo.

A proposta é mais que um ajuste fiscal: é um sopro de dignidade para milhões que não aguentam mais o sufoco do custo de vida. E isso, meus camaradas, explica a pressa dos que odeiam avanços sociais: a direita teme perder espaço eleitoral e econômico quando o povo respira melhor.

A ida de Lula à ONU acontece num momento de confronto diplomático com Washington. Apesar disso, Lula demonstrou a postura que sempre buscamos: firmeza sem hostilidade gratuita. “Sou um cidadão civilizado. Eu converso com todo mundo, eu estendo a mão para todo mundo,” disse o presidente em entrevista à BBC — postura civilizada diante de medidas punitivas como a Lei Magnitsky aplicada a ministros do STF. Enquanto isso, o ministro da Saúde Alexandre Padilha cancelou sua viagem citando as barreiras americanas: “inaceitáveis” e “uma afronta,” disse Padilha ao Estúdio i, denunciando restrições que inviabilizariam sua participação.

O cenário político é claro: a direita — nacional e internacional — empurra medidas protecionistas, retalia juízes e testa limites democráticos. Nossa tarefa é justamente não recuar: ampliar direitos, fortalecer o Estado e suas estatais, e fazer da política fiscal uma ferramenta de justiça social, não um presente para milionários e rentistas. Haddad ficar para cuidar da votação não é obra de formalismo; é o governo em alerta para garantir conquistas reais para quem trabalha.

Se a ampliação da faixa de isenção virar lei, será uma vitória concreta do povo contra um sistema que privilegia os ricos e penaliza a maioria. Então, que a disputa no plenário seja enfrentada com mobilização e argumentação firme — e que Lula represente o Brasil na ONU sem abrir mão de voltar para lutar por cada avanço aqui dentro. O jogo político segue: ou permitimos que a direita mantenha seu cartel de privilégios, ou ampliamos direitos e damos força ao projeto popular que estamos construindo. Quem vai ficar do lado da história?

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