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Homem tenta invadir Palácio do Planalto duas vezes, é baleado com tiros de borracha e preso em Brasília

Na madrugada desta quarta-feira (10), um homem de 54 anos tentou invadir o Palácio do Planalto e foi detido após ser atingido por dois tiros de borracha, um no quadril e outro na perna. O episódio reacende o debate sobre segurança na Praça dos Três Poderes, a fragilidade das narrativas da direita e a necessidade de proteger tanto as instituições republicanas quanto os direitos básicos — inclusive o atendimento a pessoas em possível sofrimento mental.

A invasão e a reação

Segundo a Secretaria de Comunicação da Presidência, por volta das 3h30 Leonildo dos Santos Fulgieri pulou a grade que cerca o Palácio do Planalto e tentou subir a rampa que leva ao segundo andar. Militares do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) advertiram-no verbalmente, mas quando ele seguiu avançando foram usados disparos com munição não letal que o atingiram no quadril e na perna. As balas de borracha atingiram quadril e perna, sem gravidade.

“O suspeito foi encaminhado à Superintendência da Polícia Federal no DF, onde foi lavrado o termo e encaminhado para atendimento médico e avaliação psiquiátrica. O caso foi enquadrado nos crimes de resistência e desobediência e encaminhado ao Juizado Especial Federal”, informou a Polícia Federal em nota. Ele prestou depoimento na PF; o conteúdo e a motivação alegada não foram divulgados publicamente.

Após a detenção, o homem recebeu atendimento e foi encaminhado para avaliação médica e psiquiátrica, uma medida que deveria ser rotina sempre que há sinais de desorientação — não um detalhe secundário nas narrativas sensacionalistas que a direita costuma alimentar.

Antecedentes e segurança reforçada

Horas antes, por volta de 0h30, a Polícia Militar já havia sido acionada para uma tentativa anterior do mesmo homem de entrar no Palácio. A PM informou que o indivíduo já era “conhecido” por episódios similares e que apresentava sinais de possível desorientação mental. “O homem apresentava sinais de ‘possível desorientação mental’, e o Corpo de Bombeiros foi acionado para prestar atendimento, mas não identificou necessidade de encaminhamento ao hospital”, informou a Polícia Militar, segundo registro oficial.

Também constam outras passagens do homem por tentativas de entrar em prédios públicos na Praça dos Três Poderes. Na segunda-feira (8), ele tentou acessar o edifício-sede do Senado e, segundo os vigilantes, chegou a dizer que ia “sentar no trono” — referência à cadeira do presidente da Casa. “Ele teria dito aos vigilantes que ia ‘sentar no trono’ — em alusão à cadeira do presidente da Casa”, relataram os seguranças.

Atualmente, o Palácio do Planalto está cercado por pelo menos duas fileiras de grades. Curiosamente, o presidente Lula havia determinado a retirada desses gradis instalados na era anterior, numa tentativa real de resgatar o espaço público. A desobstrução durou menos de dois anos: gradis retornaram em situações temporárias em 2025, primeiro em julho diante de uma tentativa de acampamento de aliados de Jair Bolsonaro, e agora novamente em setembro antevendo possíveis manifestações durante o julgamento da trama golpista. As cercas voltaram a ser necessárias justamente por causa das bravatas e ações golpistas que brotam do bolsonarismo e de suas ramificações.

É preciso separar o joio do trigo: atos isolados por pessoas em sofrimento não podem ser confundidos com a violência organizada da extrema direita, nem usados como pretexto para reforçar políticas securitárias que criminalizam a pobreza. Ao mesmo tempo, não dá para subestimar o risco que tentativas coordenadas representam às instituições democráticas — algo que só se combate com ação política firme, investigação e responsabilização de quem incita o ódio.

O episódio é uma espécie de termômetro: entre a defesa de estatais e serviços públicos sólidos, a proteção das instituições democráticas e a garantia de políticas de saúde mental, devemos escolher um rumo que proteja a maioria e desmonte os projetos autoritários. E que a esquerda, liderada por quem tem coragem de enfrentar os bilionários e desmontar o bolsonarismo, não vacile na defesa do Estado de direito e da população vulnerável.

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