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Horário e ordem dos votos no julgamento de Bolsonaro: quando Cármen Lúcia falará no STF nesta quinta?

O Supremo Tribunal Federal retoma nesta quinta-feira (11) o julgamento da denúncia da Procuradoria-Geral da República contra Jair Bolsonaro e outros sete réus pela tentativa de golpe de Estado em 2023. Não é só mais uma sessão do STF: é um momento em que a justiça institucional enfrenta, em plenário, uma ofensiva clara contra a democracia que ganhou suporte de setores do aparato do Estado e do bolsonarismo. Enquanto a direita radical tenta transformar crime em espetáculo, o país observa se a lei será aplicada sem medo ou se a impunidade continuará a ser o cachecol da elite que ampara golpistas.

Andamento dos votos e cronograma

Até agora, o relator Alexandre de Moraes e o ministro Flávio Dino votaram pela condenação de todos os réus — voto firme contra a tentativa de subverter a ordem democrática. Luiz Fux, no dia 10, adotou um caminho diferente: votou pela condenação de Mauro Cid e Walter Braga Netto, mas absolveu Jair Bolsonaro, Anderson Torres, Augusto Heleno, Paulo Nogueira, Almir Garnier e Alexandre Ramagem. Nesta quinta, será a vez da ministra Cármen Lúcia; depois votará Cristiano Zanin. Qual a ordem completa? Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin — o placar, em suma, ainda está aberto e pode decidir tanto pelo fim do processo quanto por penas que reflitam a gravidade dos fatos.

O julgamento se estende por seis dias, com sessões intensas: 2, 3, 9, 10, 11 e 12 de setembro, em horários que chegam a ocupar manhã e tarde. O g1 transmite ao vivo as imagens da TV Justiça, para quem quiser acompanhar cada argumento, cada voto e cada tentativa de maquiar o óbvio.

Se a justiça fizer seu trabalho, veremos condenações que marquem que tentativa de golpe não sai impune. Se a impunidade prevalecer, a direita perceberá que pisará sobre a Constituição sem custo político — e saberemos com quem teremos de lutar nas ruas e nas urnas.

O que está em jogo — e por que isso importa além do tribunal

O julgamento decide não apenas sobre a responsabilidade penal individual, mas sobre o precedente que será deixado para quem quiser repetir um roteiro golpista: desrespeito às urnas, pressão militar, sabotagem institucional. As consequências são claras: em caso de absolvição, o processo é arquivado; em caso de condenação, os ministros também definirão, por maioria, as penas, considerando o grau de participação de cada réu. O relator propõe um cálculo de pena que pode ser seguido ou não pelos demais. E mesmo com condenação, recursos internos ao STF podem buscar reverter ou reduzir decisões — um jogo jurídico que a direita sabe jogar bem quando tem dinheiro e poder.

Como socialista e militante, não me iludo: a justiça é importante, mas não é suficiente. Precisamos de resistência popular organizada, partidos que se comprometam com a defesa do Estado e das estatais, e políticas que ataquem as raízes da extrema direita — a miséria e a precarização que alimentam o autoritarismo. Lula e o PT não são uma resposta isolada, mas são centrais para coordenar uma ofensiva ampla: fortalecer serviços públicos, combater a privatização e enfrentar os bilionários que bancam a farra antidemocrática.

O julgamento, portanto, é um capítulo do conflito maior. Vencer no STF significa retirar um recurso jurídico da direita; perder pode significar acender um sinal verde para novas tentativas. Mas mesmo que as cadeiras do tribunal hesitem, a ferramenta decisiva continuará sendo a mobilização social: sindicatos, movimento estudantil, periferias e o campo democrático organizado pressionando pelo Estado de Direito e por transformações sociais profundas.

Quem acompanha hoje o julgamento não está só assistindo a um duelo jurídico: está vendo a tensão entre dois projetos de país. A escolha dos ministros pode aliviar a fúria golpista ou legitimar impunidade. A tarefa é clara: vigiar as instituições, lutar nas ruas e nas urnas, e construir uma alternativa popular que destrua de vez o bolsonarismo e avance no caminho de uma democracia justa e para o povo.

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