A cena que se desenrolou no plenário da Câmara dos Deputados na última semana beira o surreal: deputados do Centrão e partidos de direita decidiram transformar o Legislativo em palco de protestos contra a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro. Enquanto o país clama por soluções reais para a crise econômica e social, a oposição se dedica a obstruir votos e tumultuar sessões – como se essa fosse a prioridade do Brasil hoje. Essa encenação oposicionista é o último suspiro de quem já não tem projeto para o país!
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que cancelou agenda em Fortaleza após a pressão de colegas bolsonaristas, optou por antecipar o retorno a Brasília. A desculpa? “Manter a ordem dos trabalhos.” Na prática, um convite à desordem: em vez de debater políticas públicas, preferiu ceder ao grito de guerra de partidos comprometidos com agendas neoliberais e a blindagem de um ex-presidente acusado de crimes gravíssimos.
Uma aliança de conveniência
Em cerca de duas semanas, Valdemar Costa Neto (PL), Antônio Rueda (União Brasil) e Ciro Nogueira (PP) se articularam para paralisar o Congresso. Conversas virtuais apressadas, bancadas em rodízio e orientações para ocupar a Mesa Diretora indefinidamente. Ora, não é curioso que quem diz defender o “Estado de direito” recorra a manobras que lembram a mais rasteira chicana parlamentar? A direita golpista tenta voltar ao jogo, mas o povo não se engana mais.
Nos bastidores, o chamado “acordo federativo” dessas siglas de centro-direita já ruiu — nem mesmo as férias no exterior seguraram a confusão de egos. Enquanto isso, deputados alinhados ao bolsonarismo empunham cartazes e gritam palavras de ordem, como se o Brasil fosse um ringue de luta livre. Será que imaginam que estão mobilizando a massa popular? Ou simplesmente buscam manter privilégios e blindar o chefe da tropa de choque ultra-conservadora?
A pressa em obstruir o trabalho do Congresso só comprova o desespero de uma direita desmoralizada. Primeiro, testaram a tornozeleira eletrônica de Bolsonaro; depois, chamaram líderes partidários para reuniões remotas que caíram no vazio. Agora, partem para o espetáculo de guerrilha — afinal, o que temem tanto? Que o Supremo Tribunal Federal cumpra seu papel institucional? Ou que a sociedade avance rumo a uma agenda de direitos, soberania nacional e fortalecimento das estatais?
“Eles parecem virar reféns de um delírio autoritário”, afirmou a professora Maria Silva, especialista em regime político. A observação não poderia ser mais acertada: quando a estratégia é paralisar o Legislativo, fica claro que não há alternativa legítima além da caça às táticas golpistas.
Enquanto parlamentares pró-Bolsonaro se revezam em turnos de três horas na Mesa Diretora, ficamos com uma pergunta urgente: onde estão as discussões de interesse público, as votações de projetos que impactam diretamente a vida da população pobre e trabalhadora? Será que a direita vai continuar fazendo média com bilionários para defender privatizações e desmontar serviços públicos?
É hora de reagir! Mobilizar as bases, fortalecer as frentes populares e pressionar para que a política volte a servir ao bem comum — não aos interesses do mercado financeiro. A resistência contra esse arranjo golpista é imperativa para garantir que o Brasil retome o rumo do desenvolvimento soberano e da justiça social. Sem vacilar!