Vivemos um momento em que a defesa da democracia virou campo de batalha — e não por acaso: as mesmas forças que atacaram as urnas e tentaram implantar um golpe continuam respirando pelas redes, financiadas por bilionários e pela mídia direita que não perdeu a cara de pau. No Rio de Janeiro, o ministro do STF Alexandre de Moraes fez um pronunciamento que é, ao mesmo tempo, um puxão de orelha institucional e um aviso claro aos que pregam a impunidade como solução. Se a direita pensa que passarão ilesos, que sigam sonhando! Não vamos recuar diante da covardia que tentou, em 2022-23, rasgar a Constituição e impedir a posse de Lula — um companheiro que não é a solução final, mas é peça central numa etapa decisiva da luta contra o capital e seus barões.
Liberdade com responsabilidade
No evento, Moraes lembrou que o Brasil chega a 2025 com 37 anos da Constituição de 1988 e quatro décadas de redemocratização. Ele voltou ao ponto que deveria ser óbvio até para os mais cochilosos: a democracia exige punição para quem ataca suas bases. “A história do Brasil e do mundo nos ensina que impunidade, omissão e covardia podem, num primeiro momento, parecer o caminho mais rápido pra acabar com os problemas. É um caminho falso. Impunidade nunca deu certo na história pra nenhum país do mundo”, disse Alexandre de Moraes. Impunidade nunca deu certo na história pra nenhum país do mundo. Quem alimenta o bolsonarismo e suas milícias digitais quer justamente isso: normalizar a violência política e lavar as mãos diante das responsabilidades.
E complementou com outra verdade incômoda: “Democracia é o governo da liberdade com responsabilidade igual para todos. Não se pode atentar contra a democracia e, se der certo, instaurar uma ditadura, e se não der, voltar para casa como se nada tivesse acontecido”, advertiu o ministro. Democracia é o governo da liberdade com responsabilidade igual para todos. Será que os mercadores do caos entenderam, ou continuam achando que estão acima da lei por conta de likes e milhões em paraísos fiscais?
Lições da história
Moraes trouxe a comparação histórica que a direita mais cínica tenta enterrar: políticas de apaziguamento já abriram caminho para horrores, como o nazismo. “A covardia de não enfrentar o que deveria ser enfrentado levou ao domínio nazista. O que existe no Estado democrático de direito é aplicação da lei”, lembrou ele. Não é exagero: quando a sociedade tolera agressões à Constituição, o efeito é corrosão lenta, que pode terminar em ruptura. Por isso importa responsabilizar quem tenta desmantelar instituições para favorecer uma oligarquia entreguista.
Papel do Judiciário e desafios à frente
O ministro ressaltou a independência do Judiciário e a necessidade de resistência a pressões. “O juiz que não resiste à pressão deve mudar de profissão. O Judiciário cresce com a pressão. Um Judiciário vassalo não é independente”, afirmou, certeiro. Moraes, relator do processo que tem Jair Bolsonaro e mais sete réus por tentativa de golpe, é alvo até de sanções do governo Trump — pitada de proteção internacional nada discreta para os aliados do capitão. Isso mostra que o embate é global, mas também que aqui se decide se a reação será firme ou frouxa.
Os desafios que o ministro aponta são reais: fortalecer segurança institucional, agilidade e eficiência da Justiça, proteção social e cuidado com as pessoas. Tudo isso é parte de construir um projeto popular capaz de enfrentar privatizações e o assalto dos bilionários à educação, saúde e soberania.
Agora, para nós que militamos e queremos mais do que administrações: é hora de transformar essa defesa institucional em embate político! Lula e o PT têm papel central para abrir espaço a uma nova fase da luta anticapitalista — não bastam gestos simbólicos; é preciso enfrentamento decisivo contra a direita que lucra com a miséria. A lei deve prevalecer, sim, mas é a política popular que empodera o povo para garantir que a democracia não vire letra morta. Quem acha que a história não cobra responsabilidades vai descobrir, na prática, que a sociedade lembra — e cobra caro.