luta socialista

Líderes da base avaliam plenário alternativo com Motta para garantir funcionamento da Câmara diante da obstrução oposicionista

A ocupação do plenário da Câmara dos Deputados pela oposição, iniciada na manhã desta terça (5), virou mais um espetáculo do faz-de-conta bolsonarista que insiste em confundir barulho com poder. Com direito a pernoite no salão nobre, os parlamentares revoltosos tentam barrar, a qualquer custo, a agenda do governo Lula — como se tapar o sol com a peneira fosse capaz de impedir avanços sociais. A reação da base aliada? Debater a abertura de um “plenário alternativo” para driblar a obstrução, fosse em 16 câmaras de comissão ou onde for preciso. Afinal, não dá para deixar que parlamentares que só sabem quebrar a democracia paralise uma Casa eleita pelo povo.

A ocupação e a reação de Motta

A estratégia da oposição é antiga: invadir a Mesa Diretora, impedir o funcionamento regular do plenário e, depois, posar de vítimas de uma tirania que eles mesmos tentam instaurar. Diante desse cenário, líderes da base governista — entre eles PT, PSB e PCdoB — sentaram com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para avaliar alternativas. A proposta mais audaciosa? Montar um plenário paralelo, com presença e votação remotas, e assim garantir a continuidade dos trabalhos legislativos.

Motta, que tem se apresentado como árbitro “imparcial”, não descartou a ideia. Para ele, a missão é clara: mostrar que a oposição não consegue paralisar o país e que a política se faz com diálogo, não com barracos no plenário. Ainda assim, não deixa de ser curioso ver o presidente da Casa disposto a contornar o regimento interno para dar conta da bagunça institucional protagonizada por aliados de Bolsonaro.

“Eles estão usando a obstrução como última cartada, mas a democracia não se dobra a caprichos de poucos”, avaliou o professor de Direito Constitucional Marcos Oliveira.

O impasse legislativo e as pautas ameaçadas

A ocupação travou a sessão marcada para esta terça, colocando em xeque o projeto de ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil — bandeira do governo Lula para aliviar o bolso dos trabalhadores. Se o movimento oposicionista continuar firme, outras propostas sociais, como a recriação de estatais e a taxação de grandes fortunas, também podem entrar no limbo parlamentar.

Os deputados da direita insistem no discurso de “defesa das liberdades” enquanto atacam direitos concretos de milhões de brasileiros. É a velha tática de transformar um debate fiscal em “perseguição ideológica”. Mas, mais cedo ou mais tarde, terão que explicar à população por que preferem proteger os lucros dos bilionários a garantir alívio no orçamento das famílias.

“Essa manobra revela desespero: eles sabem que a popularidade do governo Lula cresce e, sem votos, recorrem ao teatro político”, disse a deputada Jandira Feghali, líder do PCdoB.

A discussão agora se desloca para a Residência Oficial da presidência da Câmara, onde Hugo Motta recebe líderes de todos os partidos para decidir se avança na estratégia do plenário alternativo. A tensão aumenta a cada hora, mas a certeza que deve guiar a base progressista é uma só: a política não pode ficar refém de quem sonha em restaurar um passado autoritário.

Em meio a esse embate de força, fica claro que a batalha real não é pela Mesa Diretora, mas pela Herdade da Democracia. Se a oposição acredita que essa é a hora de testar limites, a resposta do campo popular deverá ser ainda mais enérgica. O projeto de transformação social apresentado por Lula e pelo PT continuará avançando, mesmo que para isso seja necessário driblar um punhado de parlamentares retrógrados. No fim das contas, quem vence a guerra são os trabalhadores e não os barulhentos defensores do status quo.

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