Desde domingo (3), o governo Lula assume uma postura de contenção em meio ao escalonamento de tarifas anunciado pelos Estados Unidos. Enquanto várias lideranças do PT subiram ao palco para disparar críticas diretas a Donald Trump, o próprio presidente preferiu uma fala mais ponderada: “Tenho limite de briga com o governo americano” e “Não posso falar tudo que eu quero”. A tensão cresce, mas o Brasil corre para defender seus setores produtivos e reforçar alianças comerciais estratégicas.
A diplomacia em cena
No evento de posse da nova direção nacional do PT, comandada por Edinho Silva, o tom foi criticado à direita estadunidense. Deputados e senadores petistas não pouparam adjetivos a Trump, denunciando o protecionismo norte-americano. Em contraponto, Lula adotou uma retórica de equilíbrio: reconheceu a necessidade de evitar arroubos para não comprometer outras negociações em andamento.
“Essa postura demonstra responsabilidade e foco nos interesses nacionais”, afirmou a economista Ana Paula Torres. Ainda assim, não faltou ironia: afinal, como negociar com quem insiste em erguer muros tarifários?
O que está em jogo: café, frutas e carnes
No radar do Ministério da Agricultura, comandado por Geraldo Alckmin, estão três produtos principais: café, frutas e carnes. O Brasil trava um esforço concentrado para convencer Washington a excluir esses itens do pacote de tarifas de até 50%, que começa a valer na próxima quarta (6).
Nosso povo não pode pagar o pato da sanha protecionista dos EUA! Hoje, o vice-presidente lidera reuniões intensas com embaixadores e empresários para apresentar números e lembrar que somos parceiros comerciais, não inimigos.
Em meio ao impasse com os americanos, chega um alento importante da China: o gigante asiático autorizou 183 novas empresas brasileiras a exportar café.
“A autorização chinesa chega como um alívio fundamental para nossos produtores”, disse Pedro Rocha, coordenador do setor cafeeiro. Esse reforço nas vendas a um mercado valorizador de produtos brasileiros pode compensar parte das perdas se o tarifaço de Trump realmente atingir o nosso setor.
Plano de contingência e mobilização interna
Enquanto aguarda o anúncio oficial de Washington sobre quais setores serão mesmo afetados, o governo definiu um pacote emergencial para socorrer empresas prejudicadas. A ideia é disponibilizar linhas de crédito subsidiadas, isenção de tributos federais e apoio logístico aos exportadores que tiverem queda abrupta de faturamento.
Lula mostra que diplomacia e firmeza caminham juntas! Assim que Trump confirmar as tarifas na quarta, o presidente brasileiro fará um pronunciamento à nação para detalhar as medidas de apoio e acalmar o mercado interno.
Do ponto de vista político, essa articulação faz parte de um esforço maior: mostrar que o PT não se curva a pressões externas e tem plena capacidade de reação. Ao mesmo tempo, reforça laços com parceiros do Sul global, lembra as lições da solidariedade internacionalista e assume o protagonismo em defesa da soberania econômica.
A batalha ainda está só começando. Entre negociações, anúncios e discurso firme, o governo popular avança, chamando toda a sociedade para vigiar o desfecho desse capítulo de agressão comercial. Com unidade interna e estratégias bem definidas, o Brasil segue construindo um caminho que não dependa apenas do humor de governos estrangeiros.